Não é segredo para quem acompanha minimamente a modalidade que Serena Williams e Maria Sharapova não morrem de amores uma pela outra. O afastamento entre ambas terá começado em Wimbledon, no ano de 2004, quando a russa na altura com apenas 17 anos ousou bater na final a norte-americana, que já tinha sete títulos do Grand Slam no palmarés.
De acordo com um excerto do livro Unstoppable – My Life So Far, da autoria de Sharapova e que será lançado a 12 de setembro, publicado na revista People, a tenista russa reconheceu que ela e Serena Williams deveriam ser amigas. “Nós partilhamos a mesma paixão e por isso deveríamos ser amigas. Mas não somos”.
Sharapova recordou o momento em que derrotou Serena na final do Grand Slam britânico de 2004. “Quando o jogo acabou, Serena abraçou-me. Ela disse algo do género ‘bom trabalho’ e sorriu. Mas a verdade é que ela não podia estar a sorrir por dentro”.
Pouco depois dessa final de Wimbledon, escreve Sharapova, Serena disse a um amigo, que posteriormente contou à russa, de forma grosseira: “Nunca mais vou perder frente àquela pequena b**** [do inglês, bitch]”.
“Acho que Serena odiava-me por eu ser uma rapariga franzina que a derrotou, contra todas as probabilidades, em Wimbledon. Ouvi-a gritar quando entrei no balneário, era algo gutural. Saí tão depressa quanto pude, mas ela sabia que eu estava lá”, apontou a russa.
Serena Williams derrotou Maria Sharapova por 19 vezes em 21 encontros. A campeã de cinco torneios do Grand Slam não tem dúvidas sobre qual a razão que está por detrás desta décalage. “As pessoas questionam-se diversas vezes sobre os problemas que tenho em derrotar Serena. Para mim, a resposta está naquele balneário”.
Uma amizade entre Maria Sharapova e Serena Williams parece impossível enquanto ambas estiverem a lutar por títulos no circuito. Mas… e quando tudo acabar? “Quem sabe? Algum dia, quando tudo isto for passado, talvez fiquemos amigas”, perspetivou.