Uma lesão no joelho que o afastou das últimas semanas de competição e o primeiro encontro em terra batida em mais de 10 meses. Os motivos de preocupação sobre o regresso de Rafael Nadal eram muitos, mas o regresso do maiorquino à superfície que mais alegrias lhe deu reforçou o que já se sabia: na terra batida manda mesmo ele.
Nem o elenco de um primeiro encontro em Monte Carlo tornou a ocasião mais intrigante, uma vez que 77 minutos bastaram para o número 1 de Espanha derrotar o número 2 por 6-1 e 6-1: Roberto Bautista Agut — um dos raros jogadores do país que prefere jogar em pisos rápidos — viveu uma tarde para esquecer.
Do primeiro ao último segundo foi Rafael Nadal quem dominou. Tal dança ensaiada, a argila monegasca serviu de palco perfeito ao regresso do espanhol e nem em raros momentos de distração — enfrentou break points aos quarto e sexto jogos do segundo set — o traiu.
O joelho nunca pareceu um problema e marcador muito menos. Tudo normal, apetece dizer, quando se trata de um encontro de Rafael Nadal num palco que já o viu erguer por 11 vezes o troféu de campeão e que anualmente é o início de uma caminhada cujas probabilidades de sucesso são sempre significativamente mais elevadas do que as de uma eventual surpresa.
No Mónaco, Rafael Nadal já não perde desde as meias-finais de 2015 (um dos anos mais negros da sua carreira) e soma agora impressionantes 69 triunfos contra apenas 4 desaires. Feitas as contas, são mais do que os triunfos (64) de Roberto Bautista Agut em toda a carreira em encontros disputados nesta superfície ao mais alto nível.
E agora, Grigor Dimitrov que se cuide. O búlgaro derrotou Jan-Lennard Struff por 7-6(2) e 6-4 para marcar encontro com o maiorquino, um adversário que até já venceu mas que tem sobre si um ascendente claro: 11-1, com quatro dessas vitórias a acontecerem em terra batida (uma delas precisamente nas meias-finais deste torneio, há um ano, por 6-4 e 6-1).