Novak Djokovic: “Foi o jogo mais exigente a nível mental que já joguei”

Fotografia: AELTC/Florian Eisele

Após a conclusão da final de Wimbledon, que viu Novak Djokovic erguer o 16.º título do Grand Slam, o sérvio dirigiu-se à sala de imprensa do All England Club para falar sobre o épico embate frente a Roger Federer. Satisfeito pelo resultado, Djokovic não deixou de tecer elogios ao tenista helvético.

“Foi um grande alívio no final. Neste tipo de jogos, trabalhas, vives. E são este tipo de jogos que dão sentido e valor a cada minuto que passas no court a treinar e a trabalhar para estares nesta posição de jogares contra um dos teus melhores rivais. Manter a calma foi algo que prometi a mim mesmo fazer hoje, porque sabia que o ambiente ia ser o que foi”, começou por dizer Djokovic.

De seguida, os elogios a Federer e as dificuldades em lidar com o jogo do suíço: “Obviamente que o Roger está a jogar muito bem. Antecipei os cenários na minha cabeça, visualizei o que poderia acontecer. Provavelmente foi o jogo mais exigente a nível mental que já joguei. O jogo mais exigente a nível físico foi contra o Nadal na final da Austrália em 2012. Mas, a nível mental, este jogo teve um nível diferente. Este jogo teve de tudo.”

“Podia ter ganho ele. Estava a servir extremamente bem durante todo o jogo e tive muitas dificuldades para ler o serviço. Foi  uma espécie de regresso ao US Open, quando também salvei dois match points contra ele. Neste tipo de momentos apenas tento não perder a confiança em mim mesmo, mantenho a calma, concentro-me em devolver a bola. Mas nos momentos mais importantes, nos três tie-breaks, encontrei o meu melhor jogo”, acrescentou.

O número um do Mundo explicou ainda como faz a gestão emocional e como se prepara fora do court: “Falamos sempre sobre o poder de visualizar e preparamo-nos para possíveis cenários. Obviamente tento jogar o encontro dentro da minha cabeça antes de ir para o court. Trato sempre de imaginar-me como o vencedor. Também tem que haver, junto à força de vontade, a força que provém não só do físico, mas também da tua mente. Para mim, pelo menos, é uma batalha interior constante, maior do que cá fora.”

“Disse a mim mesmo antes do jogo que ia abstrair-me de tudo o que se passasse em redor e ia estar ali, estar presente. Penso que podia ter jogado melhor mas, ao mesmo tempo, uma coisa que me permitiu recuperar, salvar match points e ganhar este encontro foi a estabilidade mental nesses momentos. Suponho que todas estas coisas, combinadas, têm como resultado um valente esforço. Não há uma fórmula específica para encontrar valor, pelo menos na minha perspetiva. Tens que jogar bem durante cinco horas se queres ganhar um jogo como este. Suponho que haja uma parte de resistência. Tens que continuar a recordar-te que estás ali por uma razão e que és melhor do que o outro”, concluiu.

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