☕️ da manhã: debandada de campeões do Grand Slam pela madrugada dentro

Em apenas oito horas ficaram pelo caminho quatro campeões do Grand Slam. Com a madrugada, também os quadros do Australian Open começam a abrir — e ainda se joga a segunda ronda.

“Café da manhã” é o nosso resumo de tudo o que acontece durante a madrugada em Melbourne. Para os que se esqueceram de tomar café, para os que o beberam mas não ficaram noite dentro e até para os que assistiram a tudo.

Tudo começou no maior palco, a Rod Laver Arena. Depois de um regresso que a deixou em lágrimas, Bianca Andreescu não conseguiu dar continuidade à primeira campanha em torneios oficiais desde que venceu o US Open de 2019 e foi eliminada pela experiente Su-Wei Hsieh (71.ª WTA), que venceu por claros 6-3 e 6-2.

Pelo caminho ficou também a outra canadiana que tinha causado sensação na primeira jornada: Rebeca Marino, que oito anos depois de ter abandonado o ténis por causa de uma depressão voltara aos triunfos nos maiores palcos da modalidade, não conseguiu resistir à juventude e maior rodagem da checa Marketa Vondrousova (finalista de Roland-Garros em 2019) e perdeu por 6-1 e 7-5.

A grande surpresa do dia aconteceu minutos depois: finalista do Australian Open em 2019 e uma das jogadoras mais perigosas em superfícies rápidas (ainda para mais tendo em conta que estas estão a ser descritas por vários jogadores como as condições mais rápidas da história recente em Melbourne), Petra Kvitova não conseguiu ter forças para protagonizar mais uma reviravolta ao seu gosto e foi travada pelo ressurgimento em força e em forma de Sorana Cirstea, com a romena a vencer por 6-4, 1-6 e 6-1 graças a um terceiro set fabuloso para somar a primeira vitória sobre uma tenista do top 10 mundial em nove anos!

Se na semana passada deu que falar por pedir um warning para o próprio treinador, desta vez a romena de 30 anos (que foi 21.ª do ranking em 2013) já tem muitos motivos para sorrir.

E um a um os campeões do Grand Slam continuaram a cair — dois deles na John Cain Arena, o terceiro maior court de Melbourne Park: logo a abrir a jornada, Stan Wawrinka viu caírem por terra todos os esforços que fez e mesmo recuperando da desvantagem de dois sets a zero e de um break de desvantagem no parcial decisivo o campeão de 2014 não conseguiu livrar-se para trás de Marton Fucsovics, com o perigoso húngaro a vencer os últimos cinco pontos do encontro para salvar três match points no tie-break e confirmar a vitória num thriller de mais de quatro horas.

Depois caiu Venus Williams. Exemplo de resiliência e de espírito de sacrifício, a mais velha das duas irmãs norte-americanas — já tem 40 anos — foi arrasada, mas deu uma verdadeira lição de força de vontade a todos os que assistiram ao encontro.

Se já tinha entrado no court claramente limitada no joelho esquerdo, a ex-número um mundial (e finalista do torneio em 2003 e 2017) ainda torceu o tornozelo esquerdo na reta final do primeiro set contra a italiana Sara Errani, que acabou por vencer por 6-1 e 6-0 em apenas 75 minutos e, como já é seu apanágio, pouco preocupada se mostrou com o estado físico da adversária, que apesar das circunstâncias nunca deixou de cerrar o punho e lutar por outro resultado.

Dominic Thiem (6-4, 6-0 e 6-2 a Dominik Koepfer), Serena Williams (6-3 e 6-0 contra Nina Stojanovic) e Garbiñe Muguruza (6-3 e 6-1 frente a Liudmila Samsonova) estancaram a debandada de favoritos nas primeiras horas da jornada, mas não demorou até a emoção regressar ao Australian Open.

No último encontro da sessão diurna, o número um do mundo Novak Djokovic foi forçado a uma verdadeira batalha pelo norte-americano Frances Tiafoe. No primeiro encontro frente ao sérvio, o vice-campeão do Millennium Estoril Open 2018 jogou de igual para igual e expôs algumas das suas vulnerabilidades, ficando perto de forçar um quinto e decisivo parcial. O jogador de Belgrado acabou por vencer por 6-3, 6-7(3), 7-6(2) e 6-3, apoiado na experiência e na grande capacidade de reagir e resistir a quase todas as circunstâncias, mas foram precisas três horas e meia e ténis de alto nível de parte a parte.

A fechar o dia, um apetite para sexta-feira: Denis Shapovalov (6-1, 6-3 e 6-2 a Bernard Tomic) e Félix Auger-Aliassime (6-4, 6-1 e 6-2) venceram tranquilamente para remarcarem mais um confronto 100% canadiano — será o quarto da história entre ambos e o terceiro em torneios do Grand Slam, com o primeiro a levar a melhor nas duas ocasiões que se defrontaram no US Open e o segundo a vencer no Masters 1000 de Madrid, pelo meio.

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