Após um longo período a vestir a pele de protagonista de uma história envolta em incerteza, Peng Shuai quebrou o silêncio e em entrevista ao jornal L’Équipe, com um tradutor sempre ao seu lado e um guião preparado, desmentiu tudo o que foi noticiado, incluindo as suas próprias declarações: a chinesa afirmou que tudo não passou de um mal-entendido e reiterou que nunca desapareceu.
Sem justificar a ausência, Shuai, antiga líder do ranking de pares, explicou que eliminar o post na rede social Weibo — em que denunciava um caso de abuso sexual perpetrado por um antigo membro do governo chinês — foi uma decisão unicamente sua e que, na verdade, tal episódio nunca aconteceu.
“Tenho uma vida normal, nada fora do comum. Agradeço a todos pela preocupação ao longo de todo este tempo, mas não entendo o porquê de tanta preocupação. Nunca desapareci, todos me podiam ver”, começou por explicar em declarações ao L’Équipe.
Confessou que o caso por si denunciado não é verídico e lamentou que se tenha gerado a onda de apoio e de contestação que atingiu proporções mundiais: “Aquela publicação deu lugar a um mal-entendido e as pessoas distorceram a minha mensagem. Peço que não falem mais deste tema, nunca referi que alguém me tenha agredido sexualmente.”
“Eliminei a publicação 30 minutos depois porque quis fazê-lo, mas nunca desapareci. Trata-se que recebi tantas mensagens e por isso foi-me impossível responder a todas. Mantive sempre contacto com os meus amigos mais próximos, tal como com a WTA. Não entendo porque se difundiu a informação de que tinha desaparecido”, vincou Peng Shuai, que não compete há quase dois anos.
“Os meus problemas sentimentais e a minha vida privada não deviam ser misturados com o desporto e política”, condenou por último a jogadora de 36 anos.