Juan Martín del Potro encerrou o capítulo de jogador profissional, ao ter cedido na estreia do ATP 250 de Buenos Aires diante do compatriota Federico Delbonis (42.º), por 6-1 e 6-3. O argentino de 33 anos regressou à competição após uma longa ausência e deu o ponto final neste percurso da forma que mais desejava – em casa e com a presença da sua mãe nas bancadas.
Os esforços para regressar à ribalta não foram frutíferos e o jogador de Tandil não quis prolongar a batalha para evitar que a lesão no joelho comprometesse a sua saúde para toda a vida. O antigo número três mundial viveu uma carreira fustigada pelas lesões e coloca um ponto final neste sacrifício.
“É um momento que nunca quis que chegasse, mas a saúde obrigou-me a isto e não foi possível outro milagre. Dei tudo o que tinha hoje, vou recordar para sempre este momento. Levo no coração o carinho que todos me deram. Foi o meu último encontro, é o fim da minha carreira”, confessou o argentino de 33 anos, visivelmente emocionado.
Nas palavras de despedida dos courts, Juan Martín del Potro recordou o sacrifício que enfrentou nos últimos anos para poder voltar: “Passei os últimos dois anos e meio a fazer um esforço incrível para voltar, mas às vezes também se pode perder uma batalha. Não tenho forças para continuar. Trabalhei muito para estar aqui e sentir-me tenista uma vez mais. Ou continuava a tentar e punha em risco a minha saúde para o resto da vida, ou parava para ser capaz de fazer o meu quotidiano de forma normal. Agora fecho um ciclo, já sofri demasiado e tenho de descansar porque me custa muito viver assim.”
Embora tenha dado o ponto final na carreira, del Potro não descarta um eventual regresso aos courts se a sua condição evoluir favoravelmente: “O court de ténis é onde mais fui feliz, mas agora preciso de dar prioridade a uma vida sem dor e o ténis fica de lado enquanto não melhorar a minha saúde. Se por acaso conseguir superar os problemas no joelho, talvez volte a tentar uma vez mais, nunca se sabe.
“O que vivi esta noite superou todas as minhas expetativas, vou recordar para sempre. Agora posso acabar em paz, tenho uma vida inteira pela frente. O abraço que dei à minha mãe no final do encontro foi um dos momentos mais especiais da minha vida. Não o pude dar ao meu pai devido ao seu falecimento, mas tinha a esperança que ambos me voltassem a ver competir. Ter este apoio das pessoas foi o maior prémio da minha carreira”, declarou o gigante argentino no adeus à competição.
