Alexandr Dolgopolov é um de milhares de civis ucranianos que estão na linha da frente do conflito russo-ucraniano e, tal como os também ex-tenistas Andrei Medvedev e Sergiy Stakhovsky, alistou-se no exército para defender o território do seu país. Ciente dos horrores da guerra, o antigo número 13 mundial sabe que tanto pode matar, como morrer.
“Até agora não sei qual é a sensação de ser atingido. Talvez me matem, talvez eu tenha de matar. Que posso dizer? A guerra é isto“, começou por desafogar Dolgopolov em declarações prestadas à Sports Illustrated a partir da capital da Ucrânia.
Acredita ainda que a posição tomada pelos jogadores russos não basta: “Sei que os jogadores russos disseram ‘Não à guerra’, mas não é uma posição suficientemente forte para mim. Se querem que eles continuem a jogar, então deveriam condenar publicamente o seu governo por cometer estas ações. Não é uma guerra entre exércitos, vê-se militares russos a matar civis com as mãos no ar ou dentro dos carros. Está a converter-se num genocídio de uma nação.
“Não se pode dizer apenas que se está contra a guerra, claro que todos estamos. Isso diz-se em todas as partes do Mundo, mas quando chega a uma altura destas, é preciso tomar-se uma posição mais forte e condenar o que o governo e exército russos estão a fazer”, apelou o jogador de Kiev que está a defender a sua cidade natal.
Para Alexandr Dolgopolov, a solução mais exequível para o restabelecimento da paz entre os países é elucidar os russos do cenário real: “É a única forma de travar Putin, mas parece que tem um nível de aceitação muito algo. Os russos pensam que a guerra na Ucrânia não os vai afetar. Estão submetidos a uma lavagem cerebral envolta em propaganda. Se se tomassem sanções mais fortes no desporto e com os oligúrias, então todos os russos veriam que algo não está correto.”