Depois de três vitórias assinadas num regresso à terra do Mutua Madrid Open e com bons indícios deixados pelo caminho, Rafael Nadal já não teve andamento suficiente para adiar o último adeus à capital madrilena e concluiu na noite desta terça-feira aquela que terá sido a derradeira campanha no maior torneio da península Ibérica. Sem armas para anular a autoridade de Jiri Lehecka, o maiorquino deixou a esperança desvanecer-se por 7-5 e 6-4.
Nenhum dos jogadores parecia demonstrar iniciativa para extinguir o equilíbrio que pautou uma primeira partida escassa em oportunidades e só ao crepúsculo o checo foi além da ameaça que momentos antes Nadal empreendera (com um ponto de break desperdiçado) para assinar uma quebra de serviço que sentenciou esse desfecho pela margem mínima.
No segundo capítulo, Lehecka voltou a evidenciar uma portentosa pancada de serviço — que ao longo da partida lhe valeu sete ases — e defendeu na íntegra todos os seus jogos. Mantendo o favorito da casa longe de sinalizar uma recuperação, o jovem de 22 anos geriu a bagagem conquistada com um break madrugador e quando o ponteiro já passava da meia noite apagou a vela de esperança do público espanhol.
A vitória desta noite faz de Jiri Lehecka o primeiro jogador de fora do top 30 a derrotar Rafael Nadal num dos grandes torneios disputados sobre terra batida (tanto em Grand Slams, como em ATP Masters 1000) e dá-lhe o aval para se juntar ao russo Daniil Medvedev num duelo entre estreantes nos quartos de final do torneio madrileno.
Para Rafael Nadal, uma noite com cheiro a despedida traduz-se no encerramento da sua 20.ª participação no Mutua Madrid Open naquela que terá sido a derradeira dança do maiorquino de 37 anos num palco de onde por cinco vezes saiu com o troféu de campeão nas mãos. A bússola gira agora ao Masters 1000 de Roma, embora ainda sem presença assegurada, antes de Roland-Garros.
