OEIRAS – Finda a participação individual no Oeiras CETO Open, prova onde somou pela primeira vez um triunfo no quadro principal deste torneio, Matilde Jorge já aponta ao que aí vem na temporada de terra batida e a semana deu muito melhores sensações comparativamente ao Oeiras Ladies Open da semana transata.
Olhando mais para a frente, podia pensar-se que as atenções estão centradas em Wimbledon (a estreia em Grand Slams, para já, ficou ainda a cerca de 50 lugares de distância), mas não. Wimbledon seria um bónus muito bem-vindo, mas primeiro há que garantir a estabilidade no ranking.
“Como é óbvio, quero muito ir a Wimbledon, mas focar-me nisso não me ajuda de todo. Tenho muitos pontos a defender a partir de meio do ano até ao final da temporada [somou o primeiro título ITF em setembro e atingiu ainda outras duas finais]. O meu objetivo é ter um ano consistente para começar a jogar os Grand Slams para o ano. Se jogar Wimbledon, perfeito, mas não há problema se não jogar este ano”, salientou após a derrota frente à top 100 belga Greet Minnen.
A meta de 2025 não era “sequer jogar Roland-Garros. A minha meta era ter um ano consistente. Claro que quero muito jogar Roland-Garros ou Wimbledon, simplesmente não quero muito ganhar só para atingir isso”. A ideia passa por firmar-se o mais alto possível, as maiores provas da modalidade surgirão como consequência.
O que também pode surgir como consequência é um inédito estatuto de número um nacional, posto selado a sete chaves pela irmã Francisca Jorge desde 2018. As vimaranense nunca estiveram tão perto uma da outra (pouco mais de 20 posições), mas isso não tira o sono à jovem de 21 anos. “Isso não depende só de mim. Vou fazer o que depende mim que é subir no ranking“.
“Não estamos a competir uma com a outra. Cada uma está a fazer o seu caminho. Se estiver dez posições à frente dela não faz de mim melhor jogadora. Eu quero ser melhor por estar mais à frente no ranking, não por estar à frente dela. Se for número um sem estar nos Grand Slams também não me motiva. Eu quero é chegar aos Grand Slams e ser a minha melhor versão”, exclamou.
A melhor versão esteve longe do CETO esta quinta-feira, ainda que do outro lado da rede tenha estado uma top 100 somente pela quinta vez na carreira. Matilde Jorge lamentou a negatividade evidenciada e o desconforto sentido, mas vê melhorias em relação ao Jamor no que à movimentação em terra batida diz respeito.
Outro objetivo, ainda que menor, passa por alcançar o top 100 de pares, estatuto onde a irmã mais velha pertence. No Clube Escola de Ténis de Oeiras vai manter-se em prova na variante em busca da revalidação do título de há um ano.