Tiago Valentim foi “apanhado de surpresa” e acabou a viver “um dia fantástico” com a estreia em Challengers

Beatriz Ruivo/FPT

OEIRAS — Jogar um torneio Challenger estava longe de ser uma realidade quando Tiago Valentim começou a jogar ténis com o pai aos oito anos. Até na véspera, enquanto assistia ao tão aguardado derby futebolístico entre Benfica e Sporting, era apenas um sonho. Mas o telefonema que o fez baixar o som da televisão mudou tudo e este domingo, em pleno Estádio Nacional, o jovem de 18 anos viveu um dia inesquecível ao atuar no Oeiras Open 5.

“Foi fantástico”, exclamou, visivelmente entusiasmado, no arranque de uma conferência de imprensa também inédita que se seguiu à derrota por 6-0 e 6-3 para o russo Alexey Vatutin (313.º ATP).

Bem-disposto, o tenista do Montijo explicou que “estava a ver o jogo do Sporting contra o Benfica quando recebi um telefonema do Rui Machado, que ligou para o meu pai. Só quis aceitar e estar logo no campo”, mas tinha uma noite de sono pelo meio e não escondeu que “custou um bocado a adormecer” e até a digerir as primeiras horas deste domingo ensolarado.

O convite do Coordenador Técnico Nacional acompanhou a iniciativa do jovem, que dias antes demonstrou disponibilidade para receber um dos convites à disposição da organização. Mas porque quando o fez “não estava nada à espera de ter esta oportunidade”, tudo ganhou uma dimensão inesperada.

Este domingo, para a grande ocasião, Tiago Valentim contou com o apoio “dos pais, do treinador e de malta lá do Montijo”, todos reunidos na bancada do Court 1 para assistirem ao embate com o primeiro cabeça de série do qualifying. “Foi um momento especial e festejei com eles todos os pontos que consegui. O momento em que fechei o meu primeiro jogo foi incrível e a partir daí soltei-me mais. Ainda consegui chegar ao três igual, mas depois ele subiu o nível. Foi tudo novo para mim, nunca tinha jogado nem com apanha-bolas nem com juízes de linha, mas foi uma grande experiência e espero conseguir jogar muitos mais encontros como este.”

Fã de Carlos Alcaraz, não hesitou no momento de se descrever como jogador: “Vou a todas as bolas. Não sou um jogador muito agressivo, mas tento sempre estar sólido e esperar muito pelo erro do adversário.”

Quase a concluir o ensino secundário, o jogador do Montijo — que entretanto atravessou o Rio Tejo e passou a treinar na Rackets Pro do Estádio Universitário de Lisboa, onde é acompanhado pelo ex-campeão nacional absoluto Fábio Coelho — tem o futuro definido: “Estava em ciências, mas mudei de curso, para desporto, e estou a pensar ir para a faculdade e conciliar os estudos com o ténis. Quero estar ligado ao ténis, se não for como jogador como treinador.”

Valentim não quer ir além do Tejo e numa altura em que muitos cruzam o Oceano Atlântico para rumarem aos Estados Unidos da América tem uma certeza: “Nunca pensei nisso porque gosto muito de viver em Portugal e acho que é uma opção conciliar [ser] treinador com jogador.”

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