OEIRAS – Depois de duas vitórias consecutivas no Oeiras Open 5, a última após mais de três horas diante de Henrique Rocha, Gastão Elias (318.º ATP) não resistiu ao chileno Cristian Garin (153.º) e cedeu por 6-3 e 7-6(4) nos quartos de final.
O duelo entre dois ex-top 100 (Elias 57.º, Garin chegou ao 17.º posto) e com muito boa casa no Court Central do Complexo de Ténis do Jamor e forte apoio ao português de 34, o derradeiro dos sobreviventes do contingente luso do último Oeiras Open do ano.
Gastão Elias terá a lamentar a baixa concretização de break points (dois em nove, nenhum em cinco criados, em três momentos distintos, no primeiro parcial) e o facto de ter deixado escapar uma vantagem de 5-2 no segundo parcial – ao 5-3, o tenista natural da Lourinhã foi mesmo quebrado em branco e já tinha liderado na infância do segundo set por 3-1. O segundo serviço também foi um handicap e juntou para o seu lado somente quatro de 21 pontos nesse monento (19%).
Como tem sido recorrente nas últimas semanas (Reus, Estoril), Elias saiu do frente a frente com várias chances disponíveis para outro desfecho e sem conseguir materializar o ascendente. Regressar aos Grand Slams está, ainda assim, em cima da mesa na próxima quinzena e o Oeiras Open 5 marcou retorno aos triunfos no Court Central do Jamor em encontros completos pela primeira vez desde o último Challenger ganho, em abril de 2022.
Esta foi a segunda vez em nove quartos de final em torneios deste nível organizados em Oeiras (entre terra batida e os Indoor de piso rápido) que o experiente jogador luso não foi capaz de chegar ao penúltimo dia – Carlos Alcaraz tinha sido o único a conseguir derrotá-lo nessa fase no Oeiras Open 125 de 2021.
Habituado a outros palcos – vencedor de cinco títulos ATP em seis finais, quartos de final de Wimbledon e segunda semana de Roland-Garros em 2021 e três quartos de final em torneios Masters 1000 -, Cristian Garin soube elevar bastante o nível de jogo nos momentos de maior aperto, sobretudo no desempate, onde entrou logo com dianteira de 5-1, e soube fechar a contenda ao cabo de 1h49, gelando um dia caloroso de quinta-feira.
Com este sucesso, Garin passou a somar oito triunfos consecutivos: aos três no Jamor, sem perder qualquer set (antes desde duelo tinha perdido apenas 10 jogos), o chileno venceu cinco há duas semanas em Mauthausen, na Áustria, para amealhar o primeiro troféu da temporada (primeiro desde 2021) e o quinto no ATP Challenger Tour.
Verdadeiro especialista de terra batida – todos os 18 títulos são na superfície e só uma final não foi jogada no pó de tijolo -, Cristian Garin terá pela frente nas meias-finais outro adepto da terra: o argentino Roman Andres Burruchaga (135.º)
Recentemente em boa forma (superou o qualifying em Roma), Burruchaga precisou de três sets para se impor contra o qualifier italiano Giulio Zeppieri (344.º) com os parciais de 7-5, 4-6 e 6-1.
O quarto dos oito êxitos de empreitada de Garin surgiu, precisamente, contra Burruchaga e também nas meias-finais. Duas semanas depois voltam a encontrar-se na mesma fase. Para Cristian Garin será uma terceira semifinal em Portugal: atingiu a final do Lisboa Belém Open de 2018 e as meias-finais do Millennium Estoril Open da época passada.
