OEIRAS – Cristian Garin e Mitchell Krueger são os protagonistas da final individual do Oeiras Open 5, o último encontro Challenger no Jamor em 2025. E para chegarem à decisão passaram por obstáculos completamente distintos.
O primeiro a carimbar o acesso ao derradeiro dia foi Krueger (151.º ATP). O americano do Texas garantiu a nona final no ATP Challenger Tour e primeira desde maio do ano passado ao ultrapassar facilmente Hady Habib, número um do Líbano e 159.º da tabela, por 6-4 e 6-2 em 75 minutos.
Mais adepto dos pisos rápidos, Mitchell Krueger chega à segunda final em terra batida e primeira fora da terra verde, fundamental para a confiança na antecâmara do qualifying de Roland-Garros, e para isso aplicou a melhor exibição da semana contra um tenista imaculado no que aos sets perdidos diz respeito até à jornada desta sexta-feira.
Depois de passar por adversários do calibre de Thiago Monteiro, primeiro cabeça de série, e Yibing Wu, ex-top 60, Krueger voltou a evidenciar todo o ténis atacante do cardápio, mesmo em terra, e várias foram as incursões à rede e os amorties empregues. Com eficácia de 100% na concretização de break points (quatro em quatro), o jogador de 31 anos cavou um fosso de 4-0 em ambos os parciais e nunca tirou o pé do acelerador para celebrar pela quarta vez esta semana.
Eram cerca de 14h30 quando se ecoou o tradicional game, set and match, mais uns 60 minutos para toda a recuperação e conversa com a imprensa, pelo que o dia no escritório foi bem-sucedido e eficiente para Mitchell Krueger. Cristian Garin não partilhará exatamente da mesma opinião, já que abandonou o Court Central do Complexo de Ténis do Jamor perto das 18 horas e não ficou muito feliz quando soube do horário da final – 11 horas deste sábado, com transmissão Sport TV.
O menor tempo de descanso tem uma razão bem clara: as 3h04 necessárias para se desenvencilhar do argentino Roman Andrés Burruchaga, oitavo cabeça de série – o único dos pré-designados ainda em competição à entrada das meias-finais – e 135.º do ranking.
Garin (153.º) cedeu um primeiro parcial de 90 minutos, o primeiro do torneio, mesmo tendo liderado o tie-break por 5-2; daí em diante andou sempre atrás do marcador, como no primeiro set regular, aliás, e inverteu uma desvantagem de 2-0 no segundo parcial e 3-2 e break do set decisivo.
O duelo foi carregado de esforço físico, sob condições quentes, e a maior coragem do chileno pesou nos momentos de maior aperto.
Mesmo fora do lote de cabeças de série, Cristian Garin é, claramente, o mais cotado curricularmente de todos os elementos do Oeiras Open 5, ora vejamos: antigo 17.º da hierarquia, cinco títulos ATP (um a nível 500) em seis finais, quartos de final em Wimbledon e oitavos de final em Roland-Garros (2021), três quartos de final em Masters 1000, dois deles em terra batida. É um verdadeiro especialista da superfície, ao contrário do próximo opositor, e todos os troféus do palmarés foram ganhos no pó de tijolo, só uma das finais não foi jogada em terra.
Finalista do Lisboa Belém Open em 2018, ainda antes de saltar para a ribalta – na época passada atingiu as meias-finais no Millennium Estoril Open -, Garin vai tentar levantar o primeiro título em solo nacional e se o conseguir vai continuar a senda vitoriosa. É que agora, o tenista de 28 anos soma nove triunfos de empreitada após o Challenger ganho em Mauthausen (Áustria), há duas semanas, onde também superou Burruchaga nas meias-finais. A este nível, o chileno possui cinco títulos em oito finais.
Krueger e Garin vão medir forças pela segunda vez. O primeiro duelo foi em 2018, poucos dias depois da final do mais credenciado perdida no CIF e num ano em que ex-top 20 acumulou seis decisões no ATP Challenger, tendo selado a temporada com 15 triunfos, três títulos consecutivos. Esse embate foi vencido por Garin com os parciais de 3-6, 6-3 e 7-5 na segunda ronda do Challenger de Lyon.