Nuno Borges com “um alívio gigante” depois de “uma luta até ao fim” numa madrugada histórica

PARISNuno Borges protagonizou uma madrugada inesquecível para o ténis português em Roland-Garros ao tornar-se no primeiro representante a celebrar num torneio do Grand Slam depois de perder os dois primeiros sets, reviravolta que acima de tudo foi “um alívio gigante” depois de tanto sofrimento.

“Tentei usufruir ao máximo da atmosfera que estávamos a viver em campo. Não é uma situação nova para mim e o público não foi assim tão… de vez em quando sentia o peso dos cânticos deles, mas também não percebia nada, por isso quase que podia usá-los para mim mesmo. Foi especial e tornou a vitória ainda mais saborosa”, começou por reconhecer o número um nacional acerca do triunfo selado às 00h16 contra o qualifier francês Kyrian Jacquet.

“Estou muito contente não só por ter ganho, mas também por mentalmente me ter dado a hipótese de ir buscar um encontro destes. Isso vale ainda mais do que a vitória por si só”, acrescentou Borges, que dois anos depois voltou a celebrar em Paris e, assim, assinou a 50.ª vitória de um homem português em quadros principais de singulares de torneios do Grand Slam.

Admitindo que “não houve um clique” para virar aquela que descreveu como “uma luta até ao fim”, o maiato de 28 anos não escondeu admiração pela prestação do francês, até há dias desconhecido: “O jogo dele é um pouco diferente. Ia variando muito o ritmo, com muitos slices e muitos amorties. Sinceramente, surpreendeu-me imenso em muitas jogadas quase até ao final do encontro. Não joga com os padrões normais, muitas vezes eu jogava-lhe uma bola comprida e de repente estava a levar com um amortie, a ter de jogar a bola de baixo para cima e quase nem tinha opções. Ou muitas vezes eu jogava-lhe uma bola comprida na esquerda e de repente levava um winner paralelo ou já chegava atrasado à direita, igual do outro lado, em que jogava uma esquerda paralela e ele abria tudo com a direita. Estava a conseguir ganhar muitos pontos assim e não fazia nenhum sentido na minha cabeça. Não sei, não o conhecia bem, mas senti que estava um bocadinho em estado de graça, a aproveitar o bom momento de passar o qualifying e ter toda aquela atmosfera do lado dele.”

Daí a tal sensação de “alívio” que tanto repetiu, também porque a dada altura o próprio corpo começou a pesar: “Estava muito à rasca da perna esquerda. Foi um dia inteiro à espera de entrar em campo, já estava pronto para jogar e de repente foram mais duas horas à espera e tudo isso acumula. Não há nada a fazer nesse aspeto, mas naquele momento foi mesmo um alívio. Ainda por cima a servir tive vários match points e não estava a conseguir resolver.”

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