PARIS — Henrique Rocha apurou-se pela primeira vez para a segunda ronda de um torneio do Grand Slam, mas manteve o foco e conteve as emoções na hora de reagir à vitória histórica contra Nikoloz Basilashvili durante a tarde desta terça-feira em Roland-Garros.
“Acima de tudo estou muito contente. Diria que até estava a sentir-me melhor quando cheguei à Austrália, estava a jogar muito bem e a sentir-me muito bem dentro do campo. Ultimamente os encontros não me andavam a correr tão bem, faltava-me alguma confiança, mas as oportunidades aparecem e é preciso agarrá-las. Hoje eu soube fazê-lo, tal como nos últimos dias”, contou, entre grandes sorrisos, poucos minutos de disputar e vencer pela primeira vez um encontro estendido a cinco sets.
Para resistir ao braço de ferro que se prolongou por sensivelmente quatro horas, o português de 21 anos destacou com fundamental “gerir os altos e baixos naturais ao longo do encontro” e o facto de ter “aproveitado para voltar a carregar mais no quarto set, quando o senti mais em baixo.”
A jogar pela primeira vez o quadro principal de um Grand Slam, Rocha tornou-se apenas no oitavo homem português a vencer a este nível e no sexto em Roland-Garros, mas não se deixou levar pelos feitos carimbados: “Grandes palcos ou não, acho que a consistência é o mais importante. Muitas vezes consigo ter melhor nível nestes grandes palcos, mas acima de tudo gostava de melhorar muito a consistência ao longo do ano, em todos os torneios Challenger que jogo, e olhar também para eles como os meus grandes palcos, porque apesar de não serem tão grandes quanto estes têm a mesma importância para continuar a subir no ranking e melhorar o meu nível. No final de contas é o mais importante e são esses torneios todos que me vão dar isso.”
Tal como já tinha feito em setembro em Bekkestua, onde na altura se tornou no primeiro português a vencer um top 10 mundial na Taça Davis, o portuense manteve os pés no chão e não encheu o peito: “Sem dúvida que me sinto preparado para assumir estes jogos, é algo que eu tenho desde miúdo. Sempre que ia jogar contra os melhores ou em palcos maiores conseguia jogar melhor, digamos assim, mas sinceramente preferia jogar o ano todo bem e mesmo assim fazer alguma coisa nestes, do que jogar poucas vezes bem e chegar aqui e jogar bem.”
Uma semana de cada vez, para já a segunda em Roland-Garros prolonga-se, pelo menos, até quinta-feira. Será nesse dia que terá pela frente o checo Jakub Mensik, que tal como ele acabou2024 em Jidá, no ATP NextGen Finals, mas que já esta época conquistou o ATP Masters 1000 de Miami e subiu ao 19.º lugar do ranking: “Acima de tudo serve muito bem. Também joga com muita força, algo a que já posso chegar mais ambientado depois desta ronda. Serve muito melhor do que o Van Assche e o Basilashvili, mas por agora tenho de me focar principalmente na recuperação para amanhã.”
Gostei muito da qualidade de jogo no Estoril Open do anos anteriores, mas no Belem Open fiquei decepcionado no jogo com o americano.
Agora não podemos deixar de sentir orgulho!
Este chaval tem mesmo pinta de jogador de terra batida!