Wimbledon e a melhor final de todos os tempos?

Há enormes expectativas a rodear a final individual masculina que terá lugar esta tarde entre Carlos Alcaraz e Jannik Sinner em Wimbledon, especialmente após a extraordinária cimeira que protagonizaram em Roland Garros. Qual o ranking das melhores finais de sempre? O autor Steve Flink revela a sua classificação.

Será possível Carlos Alcaraz e Jannik Sinner fazerem melhor do que aquilo que mostraram ao mundo em Roland Garros? A cimeira parisiense entre ambos tornou-se num clássico instantâneo e potenciou enormemente a já de si badalada rivalidade entre os dois, gerando enormes expectativas relativamente à final que o espanhol e o italiano irão jogar esta tarde no Centre Court de Wimbledon.

Steve Flink é um dos raros jornalistas a ter sido entronizado no International Tennis Hall of Fame e é o autor do livro ‘The Best Tennis Matches of All Time’ — que tem tido algumas atualizações ao longo das últimas duas décadas, tendo em conta os memoráveis duelos com que temos sido presenteados pelos chamados ‘Big 3’. Obviamente, tendo em conta o que se passou em Paris, tive de lhe perguntar como classificaria a recente final de Roland Garros… e Steve Flink considera-a o quarto melhor encontro de todos os tempos. Eis o seu ranking atualizado:

1º: Rafael Nadal vs. Roger Federer (Wimbledon 2008): 6-4, 6-4, 6-7, 6-7, 9-7
2º: Bjorn Borg vs. John McEnroe, (Wimbledon 1980): 1-6, 7-5, 6-3, 6-7, 8-6
3º: Novak Djokovic vs. Roger Federer, (Wimbledon 2019): 7-6, 1-6, 7-6, 4-6, 13-12
4º: Carlos Alcaraz vs Jannik Sinner (Roland Garros 2025): 4-6, 6-7, 6-4, 7-6, 7-6
5º: Novak Djokovic vs Rafael Nadal, (Australian Open, 2012): 5-7, 6-4, 6-2, 6-7, 7-5

É uma classificação muito pertinente e quase consensual. Claro que, numa definição do melhor encontro de ténis de todos os tempos, é preciso ter em conta múltiplos parâmetros — tendo, no caso, sido dado primazia a finais dos torneios principais, sem esquecer a aura dos protagonistas, a qualidade de jogo, o equilíbrio verificado e a dose de dramatismo capaz de capturar o imaginário dos aficionados e catapultar o correspondente encontro para a história. Pessoalmente, ainda considero a final Borg-McEnroe de há 45 anos como o encontro de ténis mais relevante de todos os tempos, já que foi responsável por um gigantesco boom da modalidade em todo o mundo… sem esquecer o extraordinário tie-break da quarta partida (conhecido pela Guerra de 1816 porque o resultado foi 18-16, com uma catrefada de match points para o sueco e outros tantos set-points para o americano) e ainda a oposição de estilos e carismáticas personalidades.

Também pessoalmente, ainda considero a final de Goran Ivanisevic e Patrick Rafter em Wimbledon, em 2001, como a mais emocionante. E, embora num encontro à melhor de três sets resolvido em apenas duas partidas, devo dizer que nunca saí tão esgotado da cabine do Eurosport como depois do triunfo de Novak Djokovic sobre Carlos Alcaraz (7-6, 7-6) na final olímpica de 2024, onde cada ponto assumiu uma importância fundamental. E, ainda relativamente à tão badalada final de 2008 entre Rafael Nadal e Roger Federer, tenho a relatar a seguinte experiência pessoal — porque senti algo que nunca antes sentira nem voltei a sentir em qualquer outra circunstância: o meu coração ‘parou’ (e não consegui respirar durante uns três segundos) no momento mais dramático do tie-break do quarto set, quando o espanhol dispôs do segundo match point e Roger Federer o salvou para depois remeter a decisão da final para a quinta partida; a rivalidade entre ambos estava no apogeu e a tensão era brutal!

É claro que são mencionados exclusivamente encontros masculinos, e ressalvamos isso na conversa que tive com Steve Flink. Há enormes finais femininas, também. E ambos concordámos em destacar a final de Roland Garros de 1985 entre Chris Evert e Martina Navratilova, no auge da rivalidade entre ambas e quando a americana conseguiu inverter o ascendente que a Martina vinha alardeando nos últimos tempos.

Na lista das melhores finais de sempre há uma nota recorrente: a esmagadora maioria teve lugar em Wimbledon. O que pode ser um excelente prenúncio para o duelo desta tarde…

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