PORTO – De 13 de a 3 de agosto a capital do ténis em Portugal está na cidade do Porto, mais concretamente no Complexo Desportivo do Monte Aventino. A trilogia de provas já arrancou com o WTA 125 Eupago Porto Open, naquele que marca o regresso de torneios sob a égide WTA à invicta pela primeira vez ao cabo de 23 anos. E termina igualmente em grande quando a quinta edição da competição como ATP Challennger Tour tiver início.
Datas: 13-20 julho, 20-27 julho e 27 julho-3 agosto
Local: Complexo Desportivo do Monte Aventino
Superfície: Piso rápido outdoor
Bolas: Wilson all-court
São vários os jogadores portugueses em ação — de Francisca Jorge e Matilde Jorge na prova WTA 125 aos candidatos Jaime Faria e Henrique Rocha no torneio Challenger — e nomes internacionais apetrechados de talento a passar pelo Porto para a 27.ª edição do histórico Eupago Porto Open. Os maiores torneios em piso rápido no continente nacional prometem marcar o verão e encher o coração da cidade de momentos inesquecíveis e que valem a pena testemunhar de bem perto.
Ex-número um abriu as hostes
Corria o início do milénio quando o Porto recebeu dois torneios do circuito principal feminino, o primeiro dos quais (2001) ganho por Aranxta Sánchez Vicário, antiga líder do ranking WTA e campeã de quatro títulos do Grand Slam. O sonho de reerguer as portas do melhor ténis durou mais de duas décadas e surge agora incorporado na categoria 125.
Os torneios WTA 125 vêm logo a seguir, hierarquicamente falando, ao circuito maior e estão sob orientação WTA. Em 2024, o Jamor recebeu a primeira prova da Women’s Tennis Association desde o antigo Estoril Open (2014) e agora, em 2025, são três as competições 125 no calendário nacional — o Caldas da Rainha Ladies Open passa esta época a integrar o grupo.
No primeiro desses torneios, Francisca Jorge e Matilde Jorge fizeram história e arrecadaram o título mais importante do ténis feminino português, numa semana onde atingiram ambas os quartos de final de singulares e isto tudo na estreia das duas em provas WTA.
Um ano depois, as irmãs vimaranenses revalidaram o troféu de pares, ainda que a nível individual a história não tenha tido tanto sucesso. Agora, chegadas à invicta, têm a companhia de outras quatro compatritoas no quadro principal, uma das quais a colega de seleção Angelina Voloshchuk.

Com os US Open no horizonte — o Eupago Porto Open é a penúltima semana pontuável para o qualifying do derradeiro Grand Slam da temporada —, as duas melhores portuguesas da atualidade procuram igualmente pontos preciosos para o regresso, no caso da mais velha, ou estreia, no caso da mais petiz, nos maiores torneios da modalidade. Objetivo comum a várias protagonistas do torneio, na verdade.
Concentração de currículos de excelência
Ao contrário do Oeiras Ladies Open de abril – na altura eram quatro as tenistas dentro dessa elite -, não há nenhuma top 100 presente no WTA 125 Eupago Porto Open, o que não invalida o bom pedigree do quadro. No total, seis tenistas já passaram pelas 100 melhores do mundo (lista a que se pode juntar a cazaque Zarina Diyas, ex-31.ª WTA, se furar a fase de qualificação) e há titulares e finalistas WTA a lutar pela glória portuense.
A lista é encabeçada pela japonesa Aoi Ito, 103.ª melhor jogadora da atualidade e finalista em Corroios este domingo. Ito alcançou em maio o 100.º posto e vai explanar no Complexo Desportivo do Monte Aventino todo o arsenal peculiar e singular do seu jogo.
Por falar em Corroios, a campeã desse ITF W50 foi a russa Vitalia Diatchenko (439.ª), que assim acumulou o troféu no Seixal ao amealhado em Santarém em 2022. A experiente jogadora de 34 anos também atingiu a decisão em Cantanhede no mesmo ano e em 2010 chegou a ser finalista de pares no antigo Estoril Open jogado no Estádio Nacional. Ex-71.ª WTA em 2014, Diatchenko soma três títulos da categoria 125 no palmarés.
Mas as duas vitrinas mais cotadas da competição são a alemã Mona Barthel (196.ª) e a britânica Heather Watson (141.ª). A primeira, de 35 anos, ostenta no currículo quatro títulos no circuito maior (um até de nível 500) em sete finais e chegou a ser a 23.ª melhor do mundo; a segunda, 38.ª em 2015 e campeã Major em Wimbledon, em pares mistos, no ano seguinte, venceu tantos títulos como Barthel, mas no caso em cinco finais disputadas.
A tenista de 33 anos será a adversária de Angelina Voloshchuk na ronda inaugural. Mona Barthel tem a jovem Francisca Laúndes pela frente.

Viktoria Hruncakova (220.ª, antiga 43.ª) e Anna-Lena Friedsam (221.ª, ex-45.ª e duas vezes vice-campeã de torneios WTA) também já passaram pela elite e são duas das mais conceituadas do certame.
O futuro é agora
São muitos os casos conhecidos de jogadores e jogadoras agora a vencer grandes título da modalidade que foram bem-sucedidos em Portugal. Carlos Alcaraz, Beatriz Haddad Maia (outrora rainha no Porto), Qinwen Zheng, Diana Shnaider, Clara Tauson, Holger Rune, Alex de Minaur ou Casper Ruud. Muitos são os exemplos só falando do topo das duas hierarquias e qualquer prova nacional pode engradecer a lista, sobretudo quando os últimos vencedores do torneio são jovens.
Neste caso, as maiores promessas são Tereza Valentova (129.ª), Sofia Costoulas (189.ª) e Alina Korneeva (275.ª).
Valentova venceu Roland-Garros sub-18 na época anterior (ex-número quatro do escalão) e em 2025 já levantou três títulos, um deles no Complexo Desportivo de Monte Aventino, quando no final de janeiro conquistou um ITF W75 neste local. A checa é mais um dos muitos produtos de bastante qualidade a emergir do seu país e este ano já superou a fase prévia de Roland-Garros para dar trabalho à eventual campeã Coco Gauff na segunda ronda.
Tereza Valentova é a terceira cabeça de série no WTA 125 e encara Francisca Jorge esta terça-feira na eliminatória inaugural.
Sofia Costoulas vem da Bélgica, outro país de imenso sucesso histórico no ténis feminino. Em 2022, alcançou a decisão do Australian Open de sub-18, meses antes de subir ao segundo posto da tabela do escalão.
Quanto a Alina Korneeva, um dos maiores prodígios do ténis feminino, sabe o que é ter sucesso em Portugal. Campeã na Figueira da Foz (2023) e nas Caldas da Rainha (2024), provas ITF W100, a russa tem sofrido um calvário de lesões que a impedem de confirmar todas as expetativas. A jovem de 18 anos – chegou a estar perto das 100 melhores há pouco mais de um ano – liderou a hierarquia de sub-18 e para se perceber a dimensão do seu talento há que referir, a título de exemplo, que em 2023 triunfou no Australian Open ao bater Mirra Andreeva, agora top cinco do ranking WTA, na final. Apesar da cotação atual, não pode ser surpresa vê-la de novo a singrar por cá.
Uma antiga campeã e várias vencedoras ‘portuguesas’
Olhando para o quadro, há apenas uma tenista a poder celebrar novamente no Porto: a japonesa Mai Hontama (202.ª), campeã em 2021, na altura como prova ITF W25. Francisca Jorge (2020) e Tessah Andrianjafitrimo (2024) sabem o que é disputar o derradeiro duelo.
A francesa Andrianjafitrimo sabe o que é sobressair num torneio português (Figueira da Foz, 2021) e não é caso único: além da mencionada Diatchenko, também há jogadoras como Carole Monnet, Xinyu Gao, Celine Naef (curiosamente, no indoor do Monte Aventino) ou Gabriela Knutson, várias vêem o nosso país como uma espécie de segunda casa face ao sucesso noutros dias.
DATA: 13 a 20 de julho
Transmissão Sporttv: Dois encontros diários entre terça-feira e sexta-feira às 13 horas; Meias-finais (sábado) e final (domingo) às 11 horas.
Pontos e prize-money WTA 125
| QR1 | QR2 | Apurada | 1R | 2R | QF | SF | F | 🏆 | |
| Pontos | 1 | 4 | 6 | 1 | 15 | 27 | 49 | 81 | 125 |
| Prize-money | 645€ | 890€ | – | 1.434€ | 2.385€ | 4.065€ | 6.960€ | 11.770€ | 19.940€ |
Pelo meio das duas grandes provas surge o ITF M25, um ITF bem mais forte do que é comum ver-se nesta estirpe de competições. Num torneio que serve como também uma espécie de âncora para o derradeiro, o do ATP Challenger Tour, muitos são os jogadores que optam por descer uma categoria para se preparem da melhor forma para o maior torneio, jogado no mesmo local e com as mesmas condições.
Agora, algo que é tradicional e não muda é a forte presença portuguesa. Gastão Elias, antigo vencedor do torneio em 2020 e terceiro melhor luso de sempre no que ao ranking diz respeito, aparece na lista e é, para já, o único português com entrada direta. Vários outros devem juntar-se – através de convites, qualifying ou até mesmo porque a lista ainda mudará.
João Domingues é o campeão em título e Francisco Rocha o finalista de 2024. Ambos devem regressar, mas a expetativa é bem superior a apenas três presenças nacionais no quadro maior.

Internacionalmente, há casos conhecidos de conquistadores de eventos por cá, mas os dois maiores nomes são o espanhol Alejandro Moro Canas (267.º ATP) e o britânico Kyle Edmund (407.º).
Moro Canas será o principal candidato ao troféu e há um ano chegou ao último encontro do torneio Challenger, onde irá figurar novamente. Edmund dispensa apresentações: chegou a ser 14.º da hierarquia masculina, em 2018 só parou nas meias-finais do Australian Open e ostenta dois títulos ATP em três finais. O último desses troféus foi em 2020 – desde aí tem sido massacrado por problemas físicos – e este domingo voltou a uma final ATP, no caso num Challenger, sob relva, em Nottingham.
O antigo campeão do Millennium Estoril Open em pares (2018) será uma das maiores vedetas da 27.ª edição do Eupago Porto Open.

DATA: 20 a 27 de julho
Pontos e prize-money ITF M25
| QR1 | QR2 | Apurado | 1R | 2R | QF | SF | F | 🏆 | |
| Pontos | – | – | – | – | 1 | 3 | 8 | 16 | 25 |
| Prize-money | – | – | – | 319$ | 495$ | 905$ | 1.550$ | 2.701$ | 4.612$ |
Por fim, mas não menos importante, a trilogia fecha com mais um capítulo de ATP Challenger Tour. Mesmo que este ano passe da categoria 125 para o nível 100, o torneio masculino jogado em piso rápido mais importante do país promete aquecer o verão portuense. E, quem sabe, consagrar finalmente um campeão luso na categoria Challenger – em 2023, numa edição inesquecível, João Sousa só cedeu na final perante o italiano Luca Nardi, agora elemento do top 100.
Jaime Faria (115.º ATP) esteve perto de repetir o feito, mas cedeu na semifinal há um ano contra Moro Canas. A realizar uma temporada de sonho até fevereiro (alcançou o 87.º posto após furar o qualifying do Australian Open e só parar na segunda ronda, além dos dois quartos de final no circuito maior na América do Sul) e com vários percalços físicos desde então, o jovem de 21 anos procura regressar aos êxitos e sabe o que é fazê-lo em casa já que um dos dois troféus do currículo a este nível foi amealhado no Jamor.

O portuense Henrique Rocha também traz boas memórias do Complexo Desportivo do Monte Aventino, palco no qual somou o primeiro triunfo da carreira em quadros principals Challenger.
Vencedor em Múrcia em 2024, finalista em Bratislava pouco depois, o 163.º da tabela ATP, também de 21 anos, passou um período difícil na presente época (oito derrotas consecutivas), mas virou a temporada (e quem sabe a carreira) ao passar a fase prévia de Roland-Garros para se tornar no primeiro homem luso (a par de Nuno Borges) a alcançar a terceira eliminatória em Paris.

Os dois melhores portugueses da atualidade depois do top 40 maiato são, para já, os únicos tenistas nacionais a entrar diretamente no quadro principal. Gastão Elias – recordista luso de títulos (10) e finais (23) no ATP Challenger Tour -, Frederico Silva (250.º), Tiago Pereira (320.º, melhor cotação da carreira após vencer o maior título no ITF M25 da Figueira da Foz) e Pedro Araújo (469.º) estão na calha para agarrar vagas na competição, quer diretamente, quer através de convites.
Jovens promessas e antigos top 100 ATP
O cardápio internacional do torneio tem repetições em relação ao ITF M25 (Edmund, Moro Canas) e conta de momento com sete antigos elementos da elite dos seis melhores, excluindo Faria e Elias.
Aslan Karatsev, 231.º hoje em dia, mas 14.º em 2022, um ano depois de atingir as meias-finais do Australian Open, é talvez a maior vedeta de todo o Eupago Porto Open. O russo de 31 anos está a passar um período mais complicado, só que no palmarés apresenta três títulos no circuito principal (um deles o ATP 500 do Dubai em 2021) em cinco finais.
Pierre-Hugues Herbert (144.º, 36.º em 2019) – quatro vezes finalista de provas ATP e um dos melhores tenistas de pares dos últimos largos anos, quartofinalista deste torneio em 2023 -, Mikhail Kukushkin (197.º, antigo 39.º e titular de um título ATP em quatro decisões), Marc-Andrea Huesler (170.º, mas 47.º há dois anos depois de vencer meses antes o torneio de Sófia), Luca Van Assche (63.º em 2023), Constant Lestienne (top 50 há dois anos) e Hugo Grenier (95.º em 2022) engrandecem a prova fruto do currículo construído ao longo dos anos.
A competição é igualmente fortalecida pelas promessas Elmer Moller (102.º, melhor posto da carreira), Martín Landaluce (138.º) e Federico Cina (243.º, a melhor cotação).
Moller é o segundo pré-designado no Porto – está a poucos pontos da estreia no top 100 e já sabe o que é vencer em Portugal ao conquistar o Braga Open do ano passado e o Oeiras Open 5 deste ano; Landaluce atingiu o topo do ranking de sub-18 e arrecadou o Us Open de 2022 no escalão; Cina é um antigo top 5 de sub-18 e mais uma promessa do ténis italiano.
DATA: 27 de julho a 3 de agosto
Transmissão Sporttv: Dois encontros diários entre terça-feira e sexta-feira às 11 horas; Meias-finais (sábado) e final (domingo) às 11 horas.
Pontos e prize-money ATP Challenger 100
| QR2 | QR2 | Qualifier | 1R | 2R | QF | SF | F | 🏆 | |
| Pontos | 0 | 2 | 4 | 0 | 7 | 14 | 25 | 50 | 100 |
| Prize-money | €371 | €742 | — | €1.608 | €2.595 | €4.449 | €7.667 | €12.858 | €21.895 |