PORTO — Matilde Jorge assinou a primeira vitória lusa no regresso das competições WTA à cidade do Porto depois de 23 anos e explicou a mudança de foco a que se está a forçar para não pensar demasiado à frente e fugir à pressão que a hipótese de apuramento para o US Open representa.
“Quero mesmo desfrutar de estar em campo e conseguir competir, isso é o mais importante para mim neste momento e não pensar em resultados ou ter grandes expetativas”, disse, no rescaldo à vitória sobre a francesa Carole Monnet (197.ª) por 6-3 e 6-4, ao ser questionada sobre os objetivos para a derradeira quinzena na corrida a Nova Iorque.
“Sei que isso não me ajuda, mas é normal [pensar] porque somos humanos. É inevitável e é claro que penso nisso, tanto que na semana passada se calhar foi por isso que não correu tão bem. Tenho de aceitar e tentar perceber o que é que controlo para lá chegar, porque não controlo nem o passado nem o futuro“, acrescentou a vimaranense, que antes do triunfo (valeu-lhe 15 pontos) precisava de aproximadamente 40 pontos entre Porto e Figueira da Foz para assegurar a estreia em torneios do Grand Slam.
Com “duas palas nos olhos para não entrar nesses pensamentos”, a número dois nacional sentiu-se “mais preparada” na ida a jogo em pleno Monte Aventino, palco da terceira participação da carreira em torneios WTA 125 e primeira no Norte do país, perto de casa. “Adoro jogar no Porto. É um espaço incrível para se jogar, para se estar e sinto que as pessoas gostam, de mim, é como um abraço carinhoso e isso deixa-me mais confortável.”
