“Orgulhosa”, a “raçuda” Francisca Jorge avisa: “Venha quem vier vai ter uma luta pela frente”

Beatriz Ruivo/FPT

FIGUEIRA DA FOZ – Francisca Jorge passou o cabo das Tormentas esta quinta-feira para manter o desejo de regressar às provas do Grand Slam bem vivo. Esse caminho turbulento veio em forma de uma ex-top 100 WTA, várias moonballs e vento para dar e vender. No fim, o sofrimento trouxe satisfação e orgulho, ainda que haja mais batalhas para superar para se vencer a guerra.

“Foi muito difícil desde o início. Muitas trocas de bola, muito vento à mistura e um tipo de jogo dela que é difícil de adaptar. Mas queria muito ganhar, sabia o que queria e fui à procura disso com muita raça e muito querer”, explicou no final em conferência de imprensa, já depois de carimbar o acesso às meias-finais no quadro de pares do Figueira da Foz Ladies Open.

O êxito por pouco não surgiu, matematicamente por um par de pontos pois Laura Pigossi serviu para arrecadar o triunfo no segundo parcial. Na altura, o semblante da número um nacional não augurava nada de bom, mas a vontade de sucesso sobrepôs-se ao medo. “Quando ela foi servir para fechar eu estava em pânico. Não estava a conseguir lidar com o facto de estar a jogar aquele tipo de jogo tão feio, estava a custar-me imenso. O Zá [João Zanatti, treinador] ajudou-me imenso nessa altura, passou-me uma mensagem de confiança por ir disputar o 4-5 a favor do vento. Meti intenção e raça nas pancadas e agarrei-me ao encontro. Também com a ajuda de fora, a malta da bancada a apoiar bastante, é bom ver que querem que eu ganhe”.

“Muito orgulhosa”, apesar de não ter tido “o melhor comportamento em campo”, a vimaranense de 25 anos destaca, mesmo no turbilhão de emoções, a “atitude positiva no sentido de estar motivada porque queria muito ganhar”. E ter ganho a uma tenista muito cotada e tenaz, do mais tenaz, traz à tona a pessoa “raçuda” que é. “Sou uma pessoa que não larga o osso nem a feijões e venha quem vier vai ter uma luta pela frente. Não há cá desistir”.

Superado o “esforço e um sofrimento gigantes” para sair do “buraco”, a “menina da casa” tem Zarina Diyas a separá-la do US Open e do regresso aos maiores palcos – os quartos de final tiram a calculadora do bolso, mas não garantem Nova Iorque -. E como Francisca Jorge é a tal raçuda, como se auto-intitula, uma coisa parece certa: vem aí “mais uma batalha” no segundo encontro das 11 horas desta sexta-feira.

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