Duas ex-top 100 e uma prodígio ex-campeã nas meias-finais da Figueira da Foz

Beatriz Ruivo/FPT

FIGUEIRA DA FOZ – As meias-finais da nona edição do Figueira da Foz Ladies Open – terceiro ano consecutivo como ITF W100 – não vão contar com Francisca Jorge nem nenhuma outra portuguesa, mas o elenco é de relevo: duas das quatro já passaram pela elite, uma promete ir lá parar mais tarde ou mais cedo e três das quatro vêm bastante rodadas já com cinco vitórias oriundas da fase de qualificação.

Alina Korneeva (259.ª) é a única a conhecer o sabor do sucesso na Figueira da Foz e é a tal prodígio mencionada. Ao título neste torneio, em 2023, ainda com 16 anos, somou outro da mesma dimensão em setembro do ano passado nas Caldas da Rainha. Na altura não enganou, agora poucas dúvidas existem. A antiga número um mundial de sub-18, vencedora do Australian Open e de Roland-Garros no escalão no ano em que imperou por aqui, está destinada a voos maiores, mas as lesões (punho esquerdo em 2024, numa paragem de sete meses, e perna já este ano que a obrigou a sair do circuito outros quatro meses) têm adiado o inevitável e o que parecia demasiado certo há uns meses quando atingiu o posto 129 da hierarquia e as meias-finais do WTA 250 de Mérida, no início de novembro.

O regresso à Figueira da Foz e a Portugal tem corrido de feição e são já cinco os triunfos provenientes do qualifying, um déjà vu com o ocorrido há dois anos. No quadro principal ainda não cedeu qualquer parcial e esta sexta-feira bateu a também qualifier Maria Martinez Vaquero (831.ª) por 7-5 e 6-1, amealhando oito breaks no total e após uma recuperação inicial de 4-2.

Não está com a aura de invencibilidade de 2023, ainda está a ganhar ritmo e o serviço tem vindo a vacilar por vezes – nesta jornada foram sete duplas faltas e quatro quebras de serviço consentidas -, ainda assim não precisou de jogar o seu melhor para regressar à semifinal e não sabe o que é perder no Tennis Club da Figueira da Foz (12-0).

Este sábado, na primeira meia-final de 2025 – na verdade, até Corroios, há duas semanas, não tinha vencido qualquer embate na presente época e trazia cinco derrotas consecutivas -, Alina Korneeva vai enfrentar a igualmente qualifier Eva Vedder (241.ª), que impediu um duelo de jovens ao bater a belga Sofia Costoulas (194.ª e quinta cabeça de série), de 20 anos e outrora número dois de sub18, por 7-5 e 6-4, num encontro marcado pelo forte vento, como aliás toda a jornada. No total, foram 10 os breaks e a jogadora dos Países Baixos foi a mais afoita e agressiva e até apareceu várias vezes nas imediações da rede.

Vedder, mais focada nos pares até tempos recentes, garantiu a terceira semifinal do ano, mas sobretudo a mais importante da carreira tendo em conta a dimensão do torneio.

No derradeiro compromisso dos quartos de final, Maria Timofeeva (264.ª) agarrou o último bilhete e celebrou pela quinta vez neste torneio, também vinda da fase prévia, e sempre sem ceder sets. Aliás, mais impressionante ainda, só consentiu 17 jogos em cinco êxitos. Neste caso superou a tailandesa Lanlana Tararudee (167.ª), quarta pré-designada e recém-finalista do WTA 125 Eupago Porto Open (maior final da carreira), por duplo 6-2, mesmo perdendo o golpe de saída em três ocasiões.

A antiga top 100 (93.ª em abril do ano passado) e campeã do WTA 250 de Budapeste em 2023 (a última final disputada) alcançou a segunda meia-final de 2025 e vai agora defrontar outra ex-jogadora de elite: Zarina Diyas (antiga 31.ª e também detentora de um troféu no circuito maior), responsável pela eliminação de Francisca Jorge. A cazaque de 31 anos chegou à quarta semifinal da época, maior desde 2019.

A antepenúltima jornada do Figueira da Foz Ladies Open também trouxe implicações para o próximo US Open, pelo que não se trata somente do êxito na prova. Vedder garantiu a presença em Nova Iorque (segundo Grand Slam da carreira após o Australian Open de 2023), Korneeva ficou com pé e meio de não necessitar de utilizar o ranking protegido, Timofeeva bem encaminhada, mas precisa da calculadora se não vencer mais, Diyas é a que está em posição mais delicada e tem de chegar a domingo para poder sonhar.

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