PORTO — Jaime Faria foi surpreendido na primeira ronda do Eupago Porto Open e deixou o court cabisbaixo, mas na hora de analisar a derrota levantou a cabeça, relativizou e apontou às próximas oportunidades como solução para recuperar as sensações e resultados que o levaram à elite.
“É verdade que subi muito rápido no ranking, mas ao chegar aqui como primeiro cabeça de série não sinto que seja, nem de perto nem de longe, o melhor torneio e que chego aqui e vou ‘varrer’ isto tudo, desculpem a expressão. É difícil, o ténis é muito competitivo, dá cada vez mais dinheiro, mais prestígio e os jogadores matam-se para ganhar”, garantiu na sequência da reviravolta sofrida face ao amigo Elias Ymer num dia marcado pelas 14 duplas faltas, quatro delas no jogo que permitiu ao sueco servir para a vitória.
“É um desporto selvagem, muito difícil de cabeça”, continuou. “São muitas viagens, mas isso uma pessoa já sabe e não é preciso queixar-me muito. No final de contas é uma boa vida, mas são peças que quando juntas…”
É isso mesmo, uma peça, que o número dois nacional procura. Seis meses depois de brilhar na Austrália e de transportar a boa forma para a América do Sul, uma série de resultados que o levou ao top 100 e abriu as portas dos maiores torneios do calendário, Faria sente-se num “grande carrossel” e “cansado mentalmente”.
“Não estive tão disponível nem hoje, nem nos últimos encontros. Há fases boas, outras menos boas, mas é um trabalho que tenho feito com a minha psicóloga” revelou ainda, numa conferência de imprensa honesta em que falou várias vezes das “oportunidades” que surgem e do “trabalho que a longo prazo vai pagar”.
Com a participação no Porto concluída mais cedo do que o desejado, até porque “é muito frustrante perder em casa”, seguem-se duas semanas de treinos, com algum descanso à mistura, antes abordar os próximos desafios, que implicarão duas viagens transatlânticas: primeiro nos EUA, para disputar um Challenger e o qualifying do US Open, depois em Portugal se a participação no Major norte-americano terminar antes da CT Porto Cup e, finalmente, ao serviço da seleção nacional que vai viajar até ao Perú.