Frederico Silva esteve suspenso provisoriamente entre os segundo e terceiro trimestres da temporada até provar que um teste positivo à substância trimetazidina se tratou de um caso de contaminação cruzada num medicamento prescrito (Daflon 1000mg) devidamente autorizado pela Agência Mundial de Antidopagem (AMA).
O tenista português de 30 anos conseguiu provar através de testes em laboratório que o lote do medicamento disponível para venda estava contaminado, defesa que foi aceite pela AMA após serem testadas várias caixas e que o ilibou de quaisquer culpas — razão pela qual não perderá nem pontos nem prize-money.
Os regulamentos ditam que após qualquer teste positivo é aplicada uma suspensão provisória obrigatória, no caso de Frederico Silva em efeito a partir de 19 de março.
O mês de suspensão acordado foi cumprido enquanto a verificação era feita por todas as partes envolvidas, razão pela qual foi autorizado a regressar à competição assim que os testes realizados em laboratórios autenticados pela AMA confirmaram a contaminação.
// Comunicado de Frederico Silva:
“Após algum tempo em silêncio, posso finalmente partilhar convosco a experiência mais difícil da minha vida e da minha carreira. Fui inesperadamente envolvido num processo de controlo antidoping, depois de ter sido contaminado, de forma totalmente involuntária, por uma substância proibida presente num medicamento comum, Daflon 1000.
Quero esclarecer, de forma transparente, que ingeri um medicamento completamente banal que, para meu azar, estava contaminado com uma substância proibida.
Em janeiro de 2025, enquanto me encontrava em competição, vi-me confrontado com uma condição médica aguda, que exigiu rápido tratamento médico. Para fazer face a esta condição consultei médicos especialistas, os quais me prescreveram um medicamento, tendo me garantido que o mesmo não continha na sua composição química qualquer substância que fosse proibida nos termos dos regulamentos anti-doping.
O medicamento em questão era o Daflon 1000mg, fabricado pelos laboratórios Servier.
Acontece que a caixa de daflon que comprei e tomei para tratar a doença, estava contaminada com uma substância proibida, circunstância que estava, obviamente, totalmentefora do meu controlo.
Neste processo consegui demonstrar, sem qualquer dúvida, que se tratou de uma contaminação não intencional, da qual eu não podia ter tido qualquerconhecimento prévio, e que nada podia ter feito de diferente para evitar este azar.
Foram semanas muito duras, mas contei sempre com o apoio incondicional da minha família, equipa, amigos e de todos os que me são próximos. Este suporte foi essencial para ultrapassar este processo.
Agora, ficou ainda mais claro para todos que a minha carreira sempre foi pautada pela honestidade e pelo fair play, valores que me acompanham desde que entrei no ténis e pelos quais sou reconhecido há muitos anos.
Hoje posso finalmente voltar a olhar para a frente, de cabeça erguida, sabendo que a verdade prevaleceu.
Obrigado a todos pelo apoio constante. 🙏🎾”