MAIA — O ambiente que fez lembrar uma eliminatória da Taça Davis ajudou Frederico Silva a superar um teste de 2h58 para triunfar no Maia Open, onde joga o último torneio de uma temporada em que ficou à porta do regresso aos Grand Slams.
O número quatro nacional e 253.º ATP derrotou o italiano Federico Bondioli (398.º) por 3-6, 6-3 e 7-5 e no final admitiu que “se tivesse entrado melhor se calhar não tinha sido assim tão duro, mas obviamente estou muito contente porque no ano passado também tive as minhas chances de passar à segunda ronda e acabei por perder no tie-break do terceiro set.“
Superados os fantasmas dessa derrota para o futuro campeão Damir Dzumhur, bem como o desaire de 2020 para Andrea Arnaboldi numa segunda ronda algo polémica e também decidida com 7-5 no último set, Silva teve muitos elogios para o público que preencheu a bancada central do court maior: “Parecia quase um ambiente de Taça Davis e depois de um ano tão longo e de estar tão longe neste último mês, a jogar na Ásia, voltar a casa no final do ano e ter esta energia é um boost muito grande, se calhar era o que era preciso para virar o encontro.”
Nessa digressão, o jogador das Caldas da Rainha não conseguiu cumprir o objetivo de assegurar o regresso aos torneios do Grand Slam já no Australian Open e ao regressar a Portugal sentiu “o corpo a ir completamente abaixo depois de dar o que tinha naqueles torneios e acabar-se a adrenalina.”
Foi o “cansaço acumulado” de quem correu atrás de pontos num ano marcado por uma ausência de quatro meses quando estava encaminhado para o fazer ainda antes de Roland-Garros e que foi esticado ao limite para tentar colmatar os torneios perdidos, estando agora próximo do fim com um último objetivo em vista. “Fazia sentido para mim esticar [o ano] mais uma semana se estivesse bem fisicamente porque é um torneio em casa, um torneio grande e mais uma oportunidade de pontuar. É o último esforço e, apesar de este ano [o Maia Open] já não contar para a Austrália, os pontos vão estar a contar para o resto.”