A 101.ª edição do Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto realiza-se esta semana (15 a 21 de dezembro) na nave de campos cobertos de piso rápido do Complexo de Ténis do Jamor, em Oeiras, onde Jaime Faria (152.º ATP) e Francisca Jorge (216.ª WTA) serão os principais candidatos aos títulos individuais.
Com 25.000 euros de prize-money, a prova rainha do ténis nacional fecha uma temporada que contou com 49 torneios internacionais (21 femininos, 28 masculinos).
No quadro masculino, os maiores nomes são dois dos oito jogadores que já chegaram ao top 100 do ranking ATP: Jaime Faria (atual 152.º depois de ter sido 87.º em fevereiro) e Gastão Elias (377.º nove anos após ter ocupado o 57.º posto).
O lisboeta de 22 anos viveu a melhor temporada da carreira, jogou os quatro quadros principais dos torneios do Grand Slam (em Melbourne e Londres via qualifying, em Paris com entrada direta e em Nova Iorque como lucky loser) e pelo meio estreou-se em quartos de final do circuito principal no ATP 500 do Rio de Janeiro, proeza repetida logo a seguir no ATP 250 de Santiago.
Esta será a segunda ocasião em que Jaime Faria defende o estatuto de primeiro cabeça de série. Na anterior, em 2022, foi surpreendido nas meias-finais pelo futuro campeão, Fábio Coelho. Em 2023, como segundo pré-designado, perdeu na final com o amigo Henrique Rocha e em 2024 desistiu à última hora da edição centenária por causa de uma lesão no pulso esquerdo.
Tal como ele, também Gastão Elias persegue o primeiro título na prova rainha do ténis português. Atualmente com 35 anos, o tenista da Lourinhã já não participava no Campeonato Nacional Absoluto desde 2020 e nunca alcançou a final.
O quarteto de jogadores mais cotados fica completo com os nomes de Francisco Rocha (779.º) e Tiago Torres (785.º), dois jogadores com passado nos Estados Unidos da América — formados, respetivamente, em Economia no estado do Tennessee e em Gestão no Texas — e que este ano celebraram as melhores classificações das respetivas carreiras: o portuense de 26 anos foi 675.º em julho, o lisboeta de 23 anos alcançou o 768.º lugar em novembro.
Nenhum dos anteriores campeões está inscrito, pelo que o sucessor de Frederico Silva resultará, pelo quarto ano consecutivo, num vencedor inédito.
O contexto da prova feminina é totalmente diferente, pois Francisca Jorge (216.ª WTA e 176.ª em julho de 2024) regressa ao Jamor como octacampeã em título.
A vimaranense de 25 anos já é a terceira mulher portuguesa com mais títulos e nesta edição tentará igualar os nove ganhos de forma consecutiva por Sofia Prazeres entre 1990 e 1998. Se o fizer, só ficará atrás de Leonor Peralta, que venceu 10 seguidos de 1967 a 1976 e ainda outros três em 1979, 1980 e 1982.
Cinco dos oito títulos (incluindo os quatro últimos) foram conquistados com a irmã mais nova do outro lado da rede. Aos 21 anos, Matilde Jorge (272.ª alguns meses após ter sido 212.ª) será, novamente, a segunda cabeça de série.
Na temporada internacional de 2025, Francisca Jorge ampliou para sete o número de troféus individuais ao revalidar o título em Guimarães (ainda foi finalista em Montemor-o-Novo e Poitiers) e assegurou o regresso aos torneios do Grand Slam em janeiro, no Australian Open.
Matilde Jorge conquistou o segundo e maior troféu de singulares da carreira ao vencer a prova de Montemor-o-Novo. Além da final perdida para a irmã “em casa” também foi vice-campeã em Bistrita, resultados que a ajudaram a alcançar a melhor classificação da carreira em setembro (foi 212.ª) e a ficar perto da estreia em Majors.
O top 4 de favoritas ao título feminino fica completo com Angelina Voloshchuk (461.ª WTA, a melhor classificação) e Ana Filipa Santos (946.ª), ambas com as meias-finais como melhores registos na prova. Os quadros principais do Campeonato Nacional Absoluto só serão disputados a partir de quarta-feira. Até lá, durante as duas primeiras jornadas, realizam-se os encontros da fase de qualificação, este ano com a particularidade de estar totalmente preenchida. Os primeiros encontros desta segunda-feira estão agendados para as 9h30.