PORTO — As condições eram bastante limitativas, mas o trampolim dos bons resultados estava ao virar da esquina. Esta é, pelo menos, a visão de João Domingues, que não escondeu a desilusão pelo insucesso na ronda inaugural do Porto Open, depois de duas vitórias na ronda de acesso ao quadro principal. O adversário bem conhecido e motivado estava ao alcance, mesmo perante todos as condicionantes para o tenista natural de Oliveira de Azeméis.
“Tive as minhas chances, era um bom jogo para jogar, mas tive de gerir várias coisas que se passaram durante o encontro em termos físicos. Estava muito vento, incerto, eu sabia que ele vinha de uma boa semana [venceu o primeiro título Challenger no passado domingo] e queria aproveitar, também sabia que ele ia estar mais estável mentalmente do que o normal. Mas não deixa de ser uma derrota difícil de digerir, embora não tenha estado nas melhores condições físicas. Tive tudo ao meu alcance, mas não consegui aproveitar”, observou o antigo 150.º ATP no rescaldo, em conferência de imprensa.
Num jogo de adaptações e compensações, o português 29 anos explicou um pouco toda a “instabilidade” que viveu no duelo. “Comecei a defender-me do pé esquerdo, começou a doer-me o tendão de aquiles do pé direito, no pé da minha lesão. Fui tentando gerir ao máximo, mas sempre com bastantes dores. Consegui manter-me no encontro o máximo possível, mesmo não me mexendo como gostaria”.
Um duelo iniciado quase cinco horas depois do previsto devido à chuva, que também não foi fácil de lidar. “Além de ter esperado muito tempo, depois também havia a possibilidade de jogar indoor, mentalmente comecei a pensar se devia jogar de uma forma diferente. Fiquei nessa instabilidade, não é fácil, mas faz parte, um jogador profissional tem de saber gerir e é igual para os dois lados”.
A “derrota é dura”, até pelo desejo de “aproveitar a oportunidade num torneio em casa”, mas “faz parte do processo” e agora “é lidar da melhor forma”. Segue-se um período para recuperar da lesão e tomar decisões até ao início da ‘gíria’ de torneios portugueses no verão, nos quais se incluem os Challenger de Braga e do CIF. O objetivo é claro: “jogar, ganhar ritmo e passar por situações que não passo há muito tempo”, tudo com vista a chegar a 2024 na melhor forma possível.