OEIRAS – Algumas surpresas pelo caminho e os portugueses ficaram pela primeira ronda, mas o Oeiras Open 125, um dos Challengers mais fortes da temporada nacional, conta com vários tenistas de renome nos quartos de final.
Francisco Comesana, campeão em título, somou o sétimo triunfo consecutivo no Complexo de Ténis do Jamor. Dois dias depois de bater Gastão Elias, o argentino de 24 anos, o principal dos cabeças de série (62.º da tabela ATP), superou o norte-americano Tristan Boyer (122.º) por 7-5 e 7-6(4) – Boyer serviu para amealhar o segundo set – e marcou confronto na antepenúltima fase da prova com o francês Gregoire Barrere (163.º, antigo top 50).
O gaulês de 31 anos sobreviveu a uma epopeia de segundo parcial contra o italiano Stefano Travaglia (em dia de jornada dupla, tinha vencido horas antes Lukas Klein). Barrere chegou a liderar por 6-4 e 5-1, mas o ex-60.º ATP recuperou da desvantagem e dispôs mesmo de um impressionante número de 10 set points para levar a contenda ao limite. Oito desses 10 pontos foram num tie-break épico. No fim de contas, Gregoire Barrere impôs-se por 6-4 e 7-6(12).
Por falar em épico, o duelo entre o russo Roman Safiulin (73.º, antigo 36.º e finalista de uma prova do circuito principal, bem como quartofinalista em Wimbledon em 2023) e o lucky loser espanhol Alejandro Moro Canas (156.º), carrasco de Henrique Rocha no encontro de abertura da jornada, teve contornos especiais para fechar o dia no Court Central.
O russo, segundo cabeça de série, precisou de anular dois match points no tie-break do terceiro set (antes tinha estado com break abaixo) e venceu quando o relógio marcada 3h15 de compromisso, encerrado praticamente sem luz natural e perante resistentes ruidosos a fazer a festa. O encontro da jornada teve os parciais de 5-7, 7-5 e 7-6(8) em favor do seis vezes campeão de torneios do ATP Challenger Tour, ainda que todos em hard courts.
Safiulin vai agora medir forças com um verdadeiro especialista de terra batida, num embate digno de outros palcos. Até quem sabe digno de uma final ATP, já que à final atingida pelo russo, Dusan Lajovic fez ainda melhor. Titular de dois torneios no circuito principal na superfície, a juntar à final no Masters 1000 de Monte Carlo em 2019, o sérvio de 34 anos tem sido o melhor jogador da prova.
Esta quinta-feira, Lajovic (97.º, 23.º há seis anos) derrotou o francês Ugo Blanchet (164.º), finalista deste torneio na edição passada, por 6-4 e 6-2 e marcou presença nos quartos de final sem ceder qualquer set – na primeira ronda tinha ultrapassado o português Tiago Pereira.
Numa jornada de sexta-feira aliciante – caso a chuva o permita, as previsões não são boas -, o duelo entre os top 100 é o encontro cabeça-de-cartaz.
A jornada vai contar ainda com outros dois confrontos masculinos. O qualifer suíço Remy Bertola (292.º) e contra o dinamarquês Elmer Moller (148.º) e o top 100 belga Raphael Collignon (83.º) contra o ex-top 100 espanhol Carlos Taberner (atual 145 da tabela).
Bertola resistiu a uma jornada dupla e bateu Pedro Araújo de manhã e o francês Valentin Royer (oitavo cabeça de série fruto do 115.º posto – este ano conquistou dois títulos Challenger em três finais) ao final da tarde com os parciais de 7-6(3) e 6-3. Pelo contrário, Moller nem entrou em court pois o cazaque Mikhail Kukushkin lesionou-se no lado direito da anca.
Já Collignon – em grande forma, também com dois troféus Challenger em 2025 em três decisões e estreia no top 100 em fevereiro -, terceiro maior favorito ao troféu do próximo domingo, derrotou o qualifier neerlandês Guy Den Ouden (251.º) por 6-4 e 7-6(2), salvando três set points no segundo parcial depois de ter desperdiçado dois breaks de vantagem (e um match point) pelo caminho.
Taberner foi o último a sorrir no frente a frente contra o japonês Shintaro Mochizuki (153.º) ao vencer por 7-5 e 6-3.
Collignon e Taberner vão protagonizar um embate entre tenistas outrora finalistas em Portugal: o belga foi no Del Monte Lisboa Belém Open do ano passado, o espanhol na CT Porto Cup no verão, sensivelmente quatro anos depois da decisão jogada no Maia Open.