PARIS — Jaime Faria digeriu a derrota na primeira ronda de Roland-Garros e chegou à conversa com o trio de jornalistas portugueses lúcido depois de um dia em não correspondeu às próprias expetativas e do qual levou, sobretudo, ilações relativas ao corpo que tantos problemas lhe tem causado.
“A verdade é que o resultado não foi o que eu desejava, mas ainda assim consegui competir e foi um encontro que estou orgulhoso de ter jogado”, começou por dizer, já perto da meia-noite, na ressaca da derrota em quatro sets para Jenson Brooksby, o norte-americano que este ano já venceu, como qualifier, o ATP 250 de Houston. “Sabia que não ia estar nas minhas melhores condições e que ia ser difícil, [apesar de ter pela frente] um adversário que não era assim tão indesejável para um quadro principal em terra batida. Não apresentei um bom nível, mas isso deve-se à minha preparação para este torneio, que não foi a melhor devido a algumas incapacidades físicas e dores no corpo.”
“Por um lado, sinto-me orgulhoso de ter conseguido competir e de estar presente durante quase todo o encontro. Mas, se quero passar para a frente em termos de nível e continuar a evoluir, tenho de perceber melhor os sinais do meu corpo, fazer uma análise e perceber se tenho de parar, treinar mais umas semanas. É verdade que é um torneio do Grand Slam e tem de se jogar, porque há muito dinheiro e muitos pontoas em jogo, mas não joguei nas condições ideais”, acrescentou o número dois nacional, que depois de entrar no top 100 esteve dois meses ausente.
Esse edema ósseo no pé esquerdo já está “totalmente ultrapassado” e isso é “uma excelente notícia”, mas, à semelhança das últimas semanas, em Roland-Garros voltou a sentir o problema muscular no ombro direito e até a mais antiga lesão no pulso esquerdo, razões suficientes para desabafar, ainda assim entre sorrisos, que “tenho 21 anos, mas já parece que tenho 50.”
Mais concretamente, Faria sentiu que está “lento em termos de olho, destreinado e pouco confiante em campo”, motivos suficientes para saber que tem de “treinar mais para o meu corpo e o meu nível voltarem a estar onde quero estar.”
Sem muito tempo para o fazer, para já está inscrito no Challenger de Bratislava, ainda em terra batida, antes de virar o foco para a relva a propósito da participação no qualifying de Wimbledon, onde por causa da queda no ranking já não conseguiu entrada direta no quadro principal.