PORTO – Dizem que não se deve regressar a um local onde se foi feliz, mas Tereza Valentova será a primeira a discordar de tal frase popular. Seis meses depois de conquistar um ITF W75 no Complexo Desportivo do Monte Aventino, a checa de 18 anos regressou à invicta e ao mesmo recinto histórico para imperar no WTA 125 Eupago Porto Open sem perder qualquer set em toda a competição.
Na final deste domingo, Valentova (129.ª WTA) celebrou com os parciais de 6-4 e 6-2 diante da tailandesa Lanlana Tararudee (187.ª) ao cabo de 1h46 de um encontro que contou com bancadas muito bem compostas no Court Central do Monte Aventino e bom nível tenístico de parte a parte, em especial no primeiro set.
No torneio que marcou o retorno das provas com égide WTA à cidade do Porto pela primeira vez desde 2002, a antiga número quatro mundial de sub-18 – campeã de Roland-Garros no escalão na época passada e finalista no US Open no ano anterior – não deu grandes chances à oposição e amealhou o quarto título da temporada (segundo no Porto), segundo da categoria WTA 125 (venceu em Grado, Itália, em terra batida, no mês passado), e o nono de um palmarés que promete ser bastante recheado.
A expetativa geral dos presentes é mesmo essa, a de um futuro bastante auspicioso para uma tenista que vai agora ficar às portas do top 100 – deverá aparecer esta segunda-feira no posto 106 da tabela feminina. E além do arsenal completo e de toda a potência patenteada no Porto, Valentova sai de Portugal com o segundo troféu de marca WTA em duas participações em provas da mesma estirpe, isto em vésperas de disputar o WTA 250 do seu país, em Praga.
O derradeiro duelo torneio não foi ganho em velocidade de cruzeiro como os três primeiros, mas também não teve tanta dificuldade como na meia-final diante da japonesa Himeno Sakatsume. Ainda assim, a terceira cabeça de série do certame necessitou de inverter uma desvantagem inicial de 4-1, 15-40, e no total contrariou a tenaz tenista asiática ao anular nove de dez break points disputados no próprio serviço.
A celebração não foi exuberante, como que um sinal de normalidade à vista de todos. O futuro é agora e o Porto tratou-se de uma dupla paragem extremamente feliz para Tereza Valentova rumo aos maiores palcos.