Oeste como escala para Nova Iorque: guia do Figueira da Foz Ladies Open

Beatriz Ruivo/FPT

FIGUEIRA DA FOZ — Chegou a derradeira semana para se definir o apuramento para o último Grand Slam da temporada. E, pelo terceiro ano consecutivo, a Figueira da Foz é um dos grandes palcos da calculadora, já que volta a receber um torneio ITF W100, a categoria mais forte da Federação Internacional de Ténis.

Datas: 20 a 27 julho
Local
: Tennis Club da Figueira da Foz
Superfície: Piso rápido outdoor
Bolas: Wilson Roland-Garros all-court

As irmãs Francisca Jorge (239.ª WTA) e Matilde Jorge (246.ª) encabeçam o contingente nacional do Figueira da Foz Ladies Open e estão nessa luta para Nova Iorque. Cada uma precisa de cerca de 20 pontos para o regresso ou para a estreia, respetivamente, às maiores provas do calendário, o que equivale a dizer que precisam de atingir os quartos de final na nona edição da competição.

É um torneio de boas memórias tanto para uma, como para outra. A mais velha atingiu em 2023 a meia-final mais importante da carreira, feito igualado em 2024 nas Caldas da Rainha; a mais nova venceu sempre uma ronda nas duas edições anteriores e há dois anos assinou o segundo maior escalpe da carreira e um dos maiores do ténis feminino nacional dos últimos anos diante da romena Jaqueline Cristian, na altura 121.ª da tabela, agora top 50 WTA.

Mas não só: às irmãs vimaranenses juntam-se as também lusas Angelina Voloshchuk (656.º) depois do brilharete no WTA 125 Eupago Porto Open, onde só parou nos quartos de final após somar os primeiros triunfos da carreira a esse nível, Teresa Franco Dias (1358.º), Amália Suciu (1405.º) e Ana Filipa Santos (1443.ª, 814.ª na época passada e internacional da Billie Jean King Cup).

Aparecem ainda no quadro uma mescla de experiência e juventude promissora e várias pretendentes aos voos para a capital dos Estados Unidos da América.

Ex-campeã lidera procura por novas alegrias

Alina Korneeva celebrou a dobrar no Oeste antes de chegar à maioridade, mas um longo período a debelar problemas físicos afastou-a das portas do top 100. Campeã na Figueira da Foz em 2023 e nas Caldas da Rainha em 2024, dois ITF W100 conquistados com 16 e 17 anos, a russa precisou de jogar o qualifying e resistiu ao duplo teste para regressar ao quadro principal, onde apesar de não ter o estatuto de cabeça de série será um dos nomes a ter mais em conta.

Além da jovem prodígio que faz parte dos quadros da academia de Rafael Nadal, muitas outras jogadoras regressam a Portugal em busca de novos sucessos.

Uma delas é Lanlana Tararudee (167.ª), a tailandesa que este domingo jogou a final mais importante da carreira no WTA 125 do Porto. A invicta é, aliás, ponto comum a várias das protagonistas: foi lá que, há um ano, Tessah Andrianjafitrimo (228.ª) jogou a final mais importante da carreira (entretanto participou em mais duas da categoria ITF W75 e até venceu uma delas); e, há dois, Isabella Shinikova (355.ª) conquistou um dos maiores títulos do palmarés (um ITF W40, só superado pelo ITF W60 erguido nas Caldas da Rainha em 2019); enquanto Céline Naef (169.ª e primeira cabeça de série) e Justina Mikulskyte (199.ª) aproveitaram os torneios indoor organizados no mesmo Complexo Desportivo do Monte Aventino para aumentarem os respetivos palmarés em 2023 (num ITF W40) e 2025 (ITF W50).

Carole Monnet (224.ª) também sabe o que é disputar uma final na Figueira da Foz (finalista em 2023), mas foi em Lisboa que encontrou maior felicidade (campeã de um ITF W25 em 2022), enquanto Gabriela Knutson (campeã em Guimarães e Quinta do Lago em 2023, finalista em Montemor-o-Novo e vencedora em Corroios em 2024) e Marina Bassols Ribera (finalista nas Caldas da Rainha em 2022) o fizeram noutras localidades.

Nota ainda para Emina Bektas, estadunidense de 32 anos que foi 82.ª WTA em 2023 e no ano antes venceu o torneio do Funchal.

Experiência é estatuto

Como tem sido habitual nas provas de grandes dimensões organizadas em solo nacional, também são vários os regressos de vedetas ou figuras promissoras entretanto esbarradas em obstáculos inesperados.

Entre todas as inscritas, Zarina Diyas foi aquela que subiu mais alto no ranking WTA ao atingir a 31.ª posição há 10 anos. A cazaque chegou por duas vezes aos oitavos de final de Wimbledon, conquistou um título no circuito principal em duas finais (ambas no Japão, vice-campeã em 2014 e campeã em 2017) e no segundo semestre de 2025 persegue o regresso aos grandes palcos — desde 2022 que não participa no quadro principal de um Grand Slam, mas tem 27 no total.

Laura Pigossi também chegou à elite e conta com um currículo interessante entre as duas variantes, com destaque para a medalha de bronze em pares femininos nos Jogos Olímpicos de Tóquio, ao lado da compatriota Luísa Stefani. Foi com uma jogadora ao lado que disputou uma final na Figueira da Foz, em 2019, enquanto o maior momento da carreira individual chegou três anos depois, ao ser finalista do WTA 250 de Bogotá em abril (em agosto chegou à 100.ª linha do ranking).

Bem diferente é a posição de Maria Timofeeva, pois a russa ainda só tem 21 anos. Atualmente no 264.º lugar do ranking, a moscovita ocupou o 93.º em abril de 2014 ainda com os pontos relativos ao título no WTA 250 de Budapeste, em julho de 2023, e aos oitavos de final no Australian Open. Compõem, com a compatriota Korneeva, a dupla de jovens a ter muito em conta nesta edição.

E por falar em jovens, entre a lista de participantes está também Sofia Costoulas. A belga de 20 anos é a número 194 mundial e este ano já venceu um ITF W75, tendo sobre si a expetativa de um país inteiro desde que alcançou a final do Australian Open júnior em 2022 e chegou a número dois mundial de sub 18. Há dois anos jogou duas finais de pares em Portugal e o desfecho foi o mesmo: vice-campeã em Corroios e em Leiria, neste caso às custas de Francisca Jorge e Matilde Jorge.

Pontos e prize-money:

QR1QR2Apurada1R2RQFSFF🏆
Pontos35112213965100
Prize-money216€347,25€843€1.419€2.341€4.070€7.414€13.859€

Transmissão televisiva Sport TV:

Dois encontros diários entre terça-feira e sexta-feira às 11 horas; meias-finais (sábado) e final (domingo) às 11 horas.

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