FIGUEIRA DA FOZ — Francisca Jorge esteve com um pé e meio fora do US Open, mas limpou as lágrimas e deu a volta a Laura Pigossi (4-6, 7-5 e 6-1) para carimbar a passagem aos quartos de final do Figueira da Foz Ladies Open, um resultado que deixa a número um nacional à porta de garantir o regresso aos torneios do Grand Slam.
Num duelo lusófono com grandes implicações em Nova Iorque, a número um nacional resistiu à segunda melhor brasileira da atualidade após 2h50 de um braço de ferro mais sofrido do que bem jogado.
Pigossi (206.ª WTA) prometia ser um osso duro de roer sobretudo pela quantidade de bolas devolvidas, mas pouco mais teve a oferecer e o vento também dificultou a tarefa de Jorge (esta semana 239.ª e a precisar de ganhar cerca de 20 posições).
Aliado às fortes rajadas que voltaram a afetar a qualidade de jogo, o ténis pouco entusiasmante da brasileira esteve perto de dar frutos, pois Pigossi chegou a servir para a vitória a 6-4, 5-4. Nessa altura, a portuguesa quase cedeu às emoções após ser quebrada, mas controlou as emoções, fez o contra break e mudou o chip. Focada, a jogadora “da casa” castigou a passividade da adversária e tomou controlo das trocas de bolas para assinar a recuperação.
De punho em riste, Francisca Jorge celebrou uma vitória com duplo significado, pois ao inscrever o nome nos quartos de final deste Figueira da Foz Ladies Open deu o segundo de três passos necessários para estar em Nova Iorque. Só a presença nas meias-finais (que seria uma repetição da campanha de 2023) vale à vimaranense a certeza de entrar no qualifying do US Open, mas o apuramento para os quartos de final já a deixa de calculadora na mão.
Para marcar a viagem transatlântica sem preocupações, a melhor tenista portuguesa da atualidade terá de bater a jogadora que, entre todas as participantes, conta com mais participações em torneios do Grand Slam (27 só em quadros principais) e melhor classificação de carreira: a cazaque Zarina Diyas, que aos 31 anos ocupa a 269.ª posição, mas chegou a ser 31 em janeiro de 2015 (no ano anterior jogou a primeira final WTA e dois anos depois ergueu o único título no circuito principal).
Esta quinta-feira, a jogadora que por duas vezes marcou presença nos oitavos de final de Wimbledon não sentiu problemas de maior em passar pela francesa Tessah Andrianjafitrimo (228.ª), campeã desta prova em 2021, e triunfou por 6-3 e 6-4.