PORTO – O tunisino Moez Echargui (312.º ATP) disputou no Eupago Porto Open a primeira final no ATP Challenger Tour e conquistou o maior título da carreira, aos 32 anos, ao bater o italiano Francesco Maestrelli, sexto cabeça de série e 178.º do ranking, com os parciais de 6-3 e 6-2.
Após 13 títulos, todos conquistados em provas ITF na Tunísia e cinco deles na presente temporada, Echargui aproveitou o embalo no Porto, local que considera uma segunda casa, e perante um Complexo Desportivo do Monte Aventino praticamente cheio celebrou o momento mais solene da carreira ao cabo de 76 minutos de uma exibição a roçar a perfeição.
Vindo da fase de qualificação, Moez Echargui somou o sétimo triunfo da semana e o 53.º de 2025 numa decisão entre praticamente dois italianos, visto que o tunisino tem Milão como base há algum tempo e até se expressa em italiano na perfeição.
Depois de um embate na primeira ronda onde esteve sempre em sofrimento (break abaixo no segundo e terceiro sets), dos quartos de final onde superou uma desvantagem de set e 3-1 e de uma semifinal na qual salvou um set point no primeiro parcial, o experiente tenista africano não deu qualquer chances ao conhecido adversário da final – foi um primeiro duelo entre ambos, mas conhecem-se bem de vários treinos em conjunto – e nem sequer perdeu o serviço em toda a final.
Echargui até foi o primeiro a enfrentar um break point, no sétimo jogo, salvo com um potente serviço, só que a partir daí não voltou a estar em perigo e acabou o encontro mais importante da carreira somente com 13 pontos perdidos no golpe de saída.
Moez Echargui fez a Francesco Maestrelli o que fez a todos os outros seis opositores (onde se incluem os portugueses Diogo Marques no qualifying e Frederico Silva na segunda ronda): possante fisicamente, no fundo do campo ganhou a maioria dos braços de ferro e o tenista de Pisa sentiu-se forçado a arriscar em demasia, o que trouxe uma cascata de erros não forçados. Além disso, sempre disciplinado, soube sempre esperar pelo momento certo para engatilhar pontos indefensáveis e a colocou sempre Maestrelli sob pressão a partir da resposta, sobretudo após o break amealhado no oitavo jogo.
Perante vários leques do público para aligeirar o forte calor, Moez Echargui colocou o Court Eupago sob brasas e, emocionado, deitou-se para festejar a maior conquista numa idade já bem avançada da carreira, depois de tantas lesões pelo caminho, e reunindo o favoritismo dos portuenses presentes que celebraram em sintonia.
Como prémio, Echargui não leva apenas do Porto o maior título, leva igualmente uma subida na hierarquia de mais de uma centena de posições até ao posto 211 (o melhor que tinha alcançado tinha sido o lugar 271 do ranking) e a estreia em provas do Grand Slam no próximo Australian Open praticamente selada.