Moez Echargui venceu maior título na “segunda casa” e provou que “nunca é tarde”

Pedro Loureiro/Eupago Porto Open

PORTO – Quando acordou este domingo, Moez Echargui não conhecia o sentimento de disputar uma final no ATP Challenger Tour nem de vencer títulos fora dos limites do seu próprio país. Agora, o tunisino leva uma bagagem reforçada com o primeiro troféu no circuito secundário e o primeiro êxito fora da Tunísia, ainda que o coração lhe diga que o Porto é “casa longe da casa”.

Moez Echargui é um tenista que rende tanto mais quanto mais confortável estiver. O seu currículo assim o diz. Os primeiros 13 títulos foram ganhos na Tunísia, cinco deles na presente temporada, todos a nível ITF. Tudo mudou no Eupago Porto Open. “O público apoiou-me sempre, senti que estava em casa. Estou extremamente feliz. Senti-me nas nuvens em court porque estavam a puxar por mim. Achava que estava na Tunísia, mas estava a jogar no Porto. É como se fosse uma segunda casa para mim”, contou no rescaldo à final e à semana de sonho, iniciada no domingo anterior na fase de qualificação.

Ainda sem cair bem na realidade por amealhar o maior troféu, o primeiro Challenger, Echargui não poupou elogios ao próprio trabalho e não é para menos. A pisar terreno verde, o tenista africano não mostrou qualquer tipo de nervosismo perante o bem mais rodado Francesco Maestrelli, já com dois títulos na categoria só este ano. “Estive calmo e focado no que podia fazer e não no ganhar ou perder. Foi um dos meus melhores encontros de sempre, especialmente na parte mental. Podemos achar que não tinha nada a perder porque vinha do qualifying e estive muitas vezes por baixo nos outros encontros e ele talvez estivesse mais pressionado. Deixei-me ir, não pensei em nada. Era só eu e o court e tudo saiu bem”.

Massacrado por lesões ao longo da carreira, a última atirou-o para fora de competição a partir de setembro do ano passado até ao início desta época. Agora, está apenas a “desfrutar” e não quer parar por aqui. “Há sempre espaço para melhorar, não só no ténis como na vida”, frisou. E mesmo aos 32 anos “nunca é tarde e estou sempre a tentar aprender. Sinto que a idade é só um número porque sinto-me excelente fisicamente e mentalmente, gosto do que faço e amo o jogo. Por isso vou tentar ir o mais longe possível e espero que isto nunca pare”.

A prova de tudo isto pode vir no próximo Australian Open. O título no Eupago Porto Open vai valer uma subida de cerca de 100 posições na tabela ATP para o posto 211, o que equivale a dizer que os maiores torneios da modalidade estão em ponto de mira. Algo inédito, mesmo para um jogador longe de ser novato, e também por isso surgirá como consequência e não como foco principal do dia a dia.

“Estou num dos meus melhores momentos. Estou confortável em court, os anos no circuito deram-me experiência, conheço o meu jogo, o meu corpo e estou pronto para levar-me ao limite”, dizia depois da meia-final. O engenheiro mecânico e em ciências da computação também atribui esta nova ao facto de ter aparecido mais tarde no profissionalismo devido aos estudos nos Estados Unidos da América, o que o faz sentir-se um jovem bem depois dos 30.

Apaixonado pelo Porto, Moez Echargui promete voltar à segunda casa. “É uma cidade incrível para passear. Tem muitos restaurantes e eu gosto de experimentar comidas diferentes, é perfeito. Tenho uma ligação com as pessoas, com a cidade e com o país e sempre que há um torneio em Portugal dou o meu melhor para cá estar. Talvez até possa estabilizar pelo Porto e comprar uma casa (risos).

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Total
0
Share
Vista geral sobre privacidade

Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência de navegação. As informações são guardadas no seu browser e permitem reconhecer o seu regresso ao website, bem como ajudar a nossa equipa a perceber que secções acha mais úteis e interessantes.