O francês Térence Atmane (136.º ATP) está a viver um momento para não mais esquecer. O canhoto gaulês chegou ao ATP Masters 1000 de Cincinnati longe de ser favorito a estar na luta pelo troféu, mas está a fazer uso da prova norte-americana como o seu terreno de afirmação e garantiu, esta madrugada, o apuramento para umas inéditas meias-finais às custas de Holger Rune (9.º), trucidado pelos parciais de 6-2 e 6-3.
A história de Atmane é verdadeiramente épica. Ao contrário de muitos outros tenistas, o francês não tem grandes patrocinadores. Tem um patrocínio de raquetas, mas apenas e só isso depois de ter sido demitido pela Asics, em outubro de 2024, na sequência de uma aparição em Xangai, após um desafio, com umas sapatilhas de uma marca concorrente nas mãos.
Ainda que sem grandes apoios de momento, o jovem de 23 anos apresentou-se aos menos atentos com um grande impacto. Depois de furar o qualifying e de afastar Yoshihito Nishioka (130.º) na primeira ronda, Atmane conquistou a maior vitória da carreira ao surpreender Flavio Cobolli (22.º) na segunda eliminatória. A partir daí, foi estabelecer novo limite atrás de novo limite. Tombou o prodígio João Fonseca (52.º), estabeleceu uma nova maior vitória da carreira ao derrotar Taylor Fritz (4.º) e deixou agora mais um tenista do top 10 pelo caminho.
A jogar a um nível altíssimo e a transpirar confiança em cada pancada, o surpreendente Atmane já está nas meias-finais em Cincinnati. Este já é o melhor resultado da carreira para um dos tenistas com pior ranking de sempre a atingir o top 4 de um Masters 1000, mas ainda há espaço para sonhar com uma final. Para isso, há que escalar a maior das montanhas: Jannik Sinner, líder do ranking mundial. E falando em hierarquia, Atmane é já o virtual 69.º classificado, pelo que um novo máximo de carreira está assegurado.