PORTO — Pedro Araújo assinou a primeira vitória portuguesa no quadro principal da CT Porto Cup, mas para acabar a jornada de segunda-feira a celebrar precisou de selar uma recuperação heróica à qual atribuiu a estabilidade emocional como aspeto chave.
“Consegui aguentar-me muito bem na parte final do encontro. Estava difícil para o meu lado, mas tentei focar-me sempre no jogo seguinte e isso acabou por ser muito importante. Sabia que a 5-3 ele ia servir contra o vento e acho que tenho uma boa resposta, por isso acreditava que tinha a chance de fazer o break e acabei por conseguir. A partir daí tentei apenas focar-me no próximo ponto, mas foi muito difícil. Sem dúvida que destaco a luta e a vontade que tive de ganhar”, analisou depois da reviravolta sobre Elias Ymer, que chegou a liderar o último set por 5-2.
“Na reta final houve mais coração [do que tática], mas também confiei no que tinha de fazer. Mentalmente aguentei-me muito bem e não estava especialmente nervoso, o que é bom numa reta final. Estava bastante estável e agarrei-me ao máximo às minhas oportunidades porque sabia que naquela fase do encontro era muito importante tentar jogar todos os pontos e obrigá-lo a jogar o máximo de bolas possível. Há encontros em que não sou a pessoa mais positiva do mundo e me puxo um bocadinho para baixo, mas hoje o público também me ajudou bastante”, acrescentou o lisboeta, número sete nacional, que já não vencia num torneio Challenger desde janeiro.
O encontro terminou já perto das 20 horas e contou com um bom grupo de espetadores que resistiram ao lusco-fusco e à descida das temperaturas, apoio que foi destacado por Araújo: “É completamente diferente jogar com várias pessoas a ver e o público a puxar por mim. Estas coisas obviamente têm impacto e eu senti isso. Consegui jogar com o público e isso é ótimo. É muito mais gratificante jogar assim, é também por isso que nós jogamos.”
Esta terça-feira será dia de descanso e preparação para o embate da segunda ronda com Gilles Arnaud Bailly. O belga de 19 anos foi número um mundial de juniores em 2022, a época em que foi finalista de Roland-Garros e do US Open no escalão.
