LISBOA — Jaime Faria foi afastado na segunda ronda do Lisboa Belém Open e na despedida do CIF partilhou a introspetiva que abraçou para tentar balancear a chama e o controlo emocional de forma a reencontrar a receita que o ajudou a explodir para a ribalta no início da temporada.
“Sinto-me outra vez feliz a jogar e este é sempre um clube especial. Está a ser um ano que apesar de bom em resultados não foi tão bom em termos psicológicos, andei meio revoltado a jogar e com alguns demónios. Como disse no outro dia, isto não é quando se quer, mas quando se consegue e hoje o meu adversário foi melhor. Eu sei que tenho nível para ganhar este tipo de encontros, mas falta-me outro chip, outro mindset mais vencedor”, explicou na conferência de imprensa desta quinta-feira.
“No início do ano as coisas estavam a correr-me bem e eu ia para o campo e era tudo meio automático, conseguia meter esse mindset e as coisas corriam-me bem. Quando estava por cima já não largava e se calhar este encontro no início do ano já não me fugia, mas é assim, é tentar voltar a ganhar o ímpeto e as coisas encarrilarem para ver se ainda consigo fazer um bom final de época”, acrescentou Faria.
O número dois nacional foi ainda mais longe na reflexão e falou sobre o trabalho que tem feito para se reencontrar: “Sinto que ando a tentar controlar-me um bocadinho mais em campo, sinto-me um bocadinho mais com algemas, se calhar, meio retraído. E isso é um trabalho que ando a fazer, tentar arranjar um equilíbrio entre ter chama e ter controlo emocional, porque sem chama não sou um bom jogador. Torno-me um pouco banal, mas ao mesmo tempo se me descontrolo muito também não passo uma boa imagem, então ando a tentar encontrar um equilíbrio que não é fácil. São coisas em que nós trabalhamos e eu sou uma pessoa bastante emocional, então tenho de fazer esse trabalho.“
Um trabalho que surgiu num ápice face ao sucesso repentino ao mais alto nível nesta temporada de 2025.
“Posso abrir o jogo com vocês, sinto que era um jogador low profile e as coisas aconteceram um bocado rápido para mim. Do nada há outras responsabilidades, outra visibilidade e não é nada fácil de lidar com isso. Não deixo de ser uma pessoa, portanto estou a trabalhar para saber quando é que tenho de conectar e desconectar. As viagens não ajudam, são muitas milhas em cima e eu não estava habituado a isso, mas tudo são aprendizagens e sei que no futuro, se quiser estar entre os melhores do mundo, vou ter de fazer ainda mais quilómetros. Isto não pára e no final de contas somos uns priveligeados porque estamos a lutar por muita coisa boa e é uma vida inacreditável, por isso temos de olhar para o copo meio cheio.”