LISBOA — Matilde Jorge conquistou o título de pares no Lisboa Belém Open pela terceira vez na carreira e na despedida do CIF refletiu sobre a importância que a variante tem para a sua evolução e até sobre o que significa erguer um raro troféu ao lado de uma parceira com quem não partilha o apelido.
“Sinto que sou uma jogadora completa. Consigo ser sólida no fundo, mas também faço a diferença na rede e quando estou a servir bem também tenho essa vantagem. Eu e a Kika formamos um bom par e completamo-nos, mas [esta semana] prova que consigo ganhar um título sem ela”, explicou, em conferência de imprensa, depois de fazer a festa ao lado da suíça Naima Karamoko para conquistar o 28.º título da carreira — quinto sem a irmã mais velha, Francisca Jorge.
A vitória no ITF 100 lisboeta — a quinta edição do torneio feminino foi a mais forte de sempre e equiparou-se à categoria masculina — levará Matilde Jorge de volta ao top 100 e desta vez com o significado extra de ultrapassar pela primeira vez Francisca Jorge, tal como já tinha feito nos singulares.
Ainda assim, essa “rivalidade saudável” não passa disso mesmo e o estatuto de número um nacional, ainda que saiba bem, “não muda nada.”
Uma certa irrelevância aparentam ter, também, os números cada vez maiores do sucesso na variante de pares. 28 títulos em 51 finais quando ainda só tem 21 anos já fazem de Matilde Jorge uma das melhores de sempre na especialidade entre homens e mulheres portuguesas, mas porque o foco está nos singulares diz que “não penso muito nisso.” Se fosse a nível individual sim, “teria mais peso” e “iria pensar mais nisso.”
Assim, olha para a variante como uma oportunidade para “continuar a competir quando não me corre tão bem nos singulares e também como ajuda para os singulares, porque faz-me trabalhar o serviço e a resposta.”
De malas feitas, segue-se um curtíssimo período de descanso antes de duas semanas de preparação para três ITF W75 consecutivos em piso rápido — o primeiro na Quinta do Lago, Algarve — antes de viajar com a seleção nacional até Hobart, na Austrália, para disputar o play-off de acesso à fase final da Billie Jean King Cup.