Do nervosismo ao epicismo, Henrique Rocha “imitou” o treinador para se aproximar da glória no CIF

Beatriz Ruivo/FPT

LISBOA — Henrique Rocha apurou-se para a final do Lisboa Belém Open e terá a oportunidade de fazer o que nem o treinador Pedro Sousa conseguiu no CIF, onde este domingo disputa a terceira final Challenger da carreira e primeira em Portugal. Com um nervosismo extra à flor da pele, o jovem português desconstruiu com um sorriso de orelha a orelha a quarta vitória da semana antes de antever o Dia D.

“Estou muito contente porque consegui dar a volta a um resultado que muitas vezes me parecia muito difícil. Foi um encontro complicado, com condições muito diferentes do resto da semana e obrigou-me a uma adaptação constante antes e depois da chuva. Acima de tudo procurei sempre a melhor maneira de subir o meu nível para ganhar o jogo e no final acabou por ‘pagar’. A minha energia no final foi muito boa, apesar de estar muito nervoso mantive-me ativo e consegui ir buscar o encontro”, reagiu em conferência de imprensa depois de anular um match point a caminho da reviravolta contra Stefano Travaglia.

“Estar numa final [Challenger] aqui em casa é incrível, principalmente num torneio como o do CIF, que é um clube muito especial para mim e para o Pedro [Sousa]. Fico muito orgulhoso”, acrescentou Rocha, que cinco anos depois do treinador — um verdadeiro filho do CIF — se tornou no segundo jogador luso a chegar à decisão do Challenger mais antigo do país.

Pelo simbolismo da ocasião, Henrique Rocha sentiu-se “muito nervoso e muitas das vezes muito ‘borrado’, como se costuma dizer”, mas ainda assim reuniu “muita energia para estar ativo e ir buscar o jogo.”

“Ainda bem que de fora não parecia estar assim tão nervoso quanto isso, é sinal de que se calhar ele também não sentiu que estava”, respondeu aos jornalistas logo após ser confrontado com a revelação. Depois, deu a conhecer mais um pouco da fórmula que o ajudou a vencer sob os holofotes: “Foi continuar a acreditar e a procurar soluções, melhorar o nível e causar-lhe problemas. Ao 4-5 [quando Travaglia serviu para a vitória] meti uma energia extra porque sabia que tinha de jogar especialmente bem. Queria ter a consciência tranquila mesmo que perdesse o encontro e dei tudo o que tinha. Acabou por pagar. Não vai pagar sempre, mas estou muito orgulhoso de mim.”

Campeão do Challenger de Múrcia em março de 2024 e finalista em Bratislava três meses depois, Henrique Rocha já celebrou feitos maiores daí para cá, com especial destaque a terceira ronda em Roland-Garros depois de passar pelo qualifying de um Grand Slam pela primeira vez, mas o CIF é tão especial que “estar nesta final aqui em casa é quase igualmente incrível.”

Melhor só se coroar a campanha com uma vitória sobre Vilius Gaubas, o adversário que o separa da glória no clube centenário e que conhece desde os tempos que o lituano passou a treinar no Algarve com Pedro Pereira, pai de Tiago Pereira.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Total
0
Share
Vista geral sobre privacidade

Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência de navegação. As informações são guardadas no seu browser e permitem reconhecer o seu regresso ao website, bem como ajudar a nossa equipa a perceber que secções acha mais úteis e interessantes.