Francisco Rocha procura “justiça comigo próprio” na final no Campeonato Nacional para fechar 2025

Miguel Reis/FPT

OEIRASFrancisco Rocha assinou a surpresa da semana ao eliminar Jaime Faria para regressar à final do Campeonato Nacional Absoluto três anos depois e terá uma oportunidade de fechar 2025 com o que lhe faltou durante uma época que até considerou ter sido melhor do que a anterior.

Depois de surpreender o primeiro cabeça de série com os parciais de 6-2, 2-6 e 7-6(4) numa meia-final em que salvou dois match points, o portuense de 25 anos admitiu que “provavelmente esses são os pontos que mais gosto de jogar porque sempre gostei de remontadas” e descreveu o resultado deste sábado como “uma vitória muito bonita”.

De sorriso no rosto, Francisco Rocha desmontou a forma como preparou a surpresa, a começar pela preparação que fez para neutralizar a maior arma de Jaime Faria — o serviço: “Conheço-o muito, muito bem, por isso sabia mais ou menos quais eram os spots que ele ia escolher. Obviamente não sabes sempre para onde vai servir, mas eu sabia muitas vezes porque já o vi fazer milhares de serviços e sei como é que lida com certas situações. Sabia que tinha de meter muitas respostas dentro porque quanto mais confortável ele se sente nos jogos de serviço, mais perigoso se torna e por isso tentei sempre torná-los difíceis para ele sentir uma pressão no resultado. E correu bem.”

Como prémio, o irmão mais velho de Henrique Rocha ganhou direito a discutir, pela segunda vez, a final de singulares do Campeonato Nacional Absoluto, agora para tentar juntar-se ao irmão (2023) na galeria de campeões.

Uma situação que aborda com entusiasmo e experiência, aspeto que classificou como fundamental para preparar o embate com o também surpreendente Tiago Torres. “Não soube lidar com as emoções da minha primeira final. O Fábio [Coelho] jogou bem, mas eu não soube lidar com as emoções de querer ser campeão nacional. Só a partir dos 18 anos é que comecei a ter algum valor para ser campeão nacional porque até lá não era bom o suficiente, então quando finalmente joguei a minha primeira final as emoções eram demasiado incontroláveis. Queri muito, muito, muito e acho que com a maturidade que ganhei pelo meu crescimento já não me sinto dessa forma. Quero ganhar, mas se não conseguir a vida vai continuar e tenho de dar mérito a quem estiver do outro lado.”

No fundo, para Francisco Rocha esta será, acima de tudo, uma possibilidade de “fazer justiça comigo próprio” depois de uma temporada que o desiludiu, apesar de ter considerado que foi “melhor durante o ano todo, apesar de não ter feito uma final como fiz no ano passado no ITF do Monte Aventino. Essa final deu-me muitos pontos, mas este anoestive sem dúvida melhor de nível, fiz melhores encontros e tive melhores vitórias. Senti-me melhor em termos físicos e emocionais, mas isso não se traduziu em pontos e por isso foi um bocadinho injusto. Ganhar o Campeonato Nacional seria um rebuçadinho para me sentir melhor neste final de 2025.”

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