Terminou este domingo a fase final da Copa Del Sol, em Múrcia, Espanha, nome dado ao Campeonato da Europa por Equipas de Sub-14 no qual a selecção portuguesa composta por Tomás Soares, Daniel Rodrigues e Afonso Viana e liderada por Gonçalo Neves assegurou o terceiro lugar na fase final. Assim fica, também, garantida presença lusitana no Campeonato Mundial.
Contactado pela nossa equipa, Gonçalo Neves – o técnico que acompanhou o trio luso – falou-nos do percurso da comitiva portuguesa rumo a um lugar no pódio. Primeiro, foi necessário a Portugal disputar uma primeira fase (de qualificação) em França, mais precisamente em Royan, à qual se seguiu a fase final em Murcia, Espanha. Foi precisamente em território espanhol que Soares, Rodrigues e Viana garantiram o apuramento para o Campeonato do Mundo – disputado em Prostejov, na República Checa, de 6 a 9 de agosto.
Na primeira fase, disputada entre 29 de junho e 1 de julho, Portugal ficou inserido no Grupo da Rússia, Moldávia, França, Croácia, Eslovénia (2-1 nos quartos-de-final), Hungria (3-0 nas meias-finais) e Espanha, conseguindo então um apuramento para a final (onde perdeu por 1-2 para a Rússia) que reservaria um lugar na fase final do Europeu – à qual, como Neves explicou à nossa equipa, têm acesso os finalistas de cada um dos quatro grupos de qualificação (distribuídos por quatro países diferentes).
Em Murcia brilhou a comitiva portuguesa
- Vitória inaugural torna real o ‘sonho’ Mundial
Foi então em Múrcia, Espanha, que a equipa portuguesa mais brilhou. No primeiro encontro, frente à República Checa, Tomás Soares (#32) venceu o mais cotado Evzen Holis (#15) por 6-4 6-1 para desde logo garantir a presença portuguesa no Campeonato do Mundo: “Não entrei muito bem no jogo, estava muito nervoso. No entanto, tentei-me agarrar o máximo possível e acabei por conseguir vencer o primeiro set. No segundo, consegui me soltar mais e acabei por conseguir vencer um jogo bastante importante. Somos uma equipa unida e por causa disso somos uma selecção muito forte. Alcançámos um feito histórico e estou muito contente com isso.”
Ao triunfo de Soares seguiu-se uma boa vitória de Daniel Rodrigues (#27) perante Tomas Jirousek (#4), pelos parciais de 5-7 6-1 7-6(4). Segundo o próprio, “foi um jogo muito difícil contra um adversário teoricamente mais forte”, no qual acabou por conseguir impor o seu jogo para carimbar presença nas meias-finais. A fechar o dia, e já sem influência na eliminatória, Soares e Afonso Viana (#103) perderam o par para Evzen Holis e Ondrej Styler (#56) por 3-6 4-6.
Para Gonçalo Neves, “a capacidade de sofrimento e de luta que cada um deles demonstra ter em todos os momentos foram fundamentais para conseguirmos esta vitória”, que considera ainda que “como equipa temo-nos revelado ser realmente muito fortes e esse parece me ser o ponto que tem feito a diferença nos momentos decisivos.”
- Favoritos não cederam
Nas meias-finais, tudo foi diferente para os comandados de Neves, que não conseguiram resistir ao favoritismo da Alemanha (que tinha na sua equipa o primeiro classificado no ranking europeu) e acabaram então impedidos de chegar à grande final e de discutir o título.
No primeiro embate de singulares do dia, Tomás Soares saiu derrotado por Nicola Kuhn (#7) por 2-6 1-6, sendo que Daniel Rodrigues acusou o desgaste físico numa grande exibição frente ao líder da hierarquia, como o próprio confessou – sendo reforçado pelo técnico português – e acabou por falhar a recuperação, saíndo derrotado por 4-6 6-4 1-6 antes de, ao lado de Afonso Viana, perder o par para Kuhn e Fabian Penzkofer (#138) por 3-6 3-6.
- Vitória para ‘fechar em grande’ rumo ao Campeonato do Mundo
Afastada da final, a equipa portuguesa tinha ainda pela frente o jogo de apuramento do terceiro e quarto lugares e procurava encerrar da melhor maneira possível a sua participação no Campeonato Europeu para começar a pensar no Mundial. Assim foi e, num dia irrepreensível, somou uma vitória que reflectiu a superioridade da equipa: 2-0 frente à Espanha, que jogava em casa.
No primeiro embate, Tomás Soares somou um triunfo por 6-4 7-5 frente a Rafael Izquiero e mostrou-se satisfeito com a prestação: “Penso que fiz um bom jogo e consegui melhorar do encontro do dia anterior, gostei do meu jogo. É dos momentos mais importantes da minha vida, sei que conseguimos mais um feito histórico para Portugal e sinto-me muito contente por isso.”
Ao triunfo inaugural seguiu-se a vitória de Daniel Rodrigues por 6-3 0-6 6-3 num jogo exigente para o português, como o próprio afirma, e que garantiu o terceiro lugar no Europeu – que, claro, não passou despercebido: “Esta vitória foi muito importante porque agora sabemos que somos a 3ª melhor equipa da Europa. Somos fortes!”
Afonso Viana, que não jogou esta eliminatória, ficou igualmente satisfeito e ambicioso para os próximos tempos: “Esta vitória foi merecida. Hoje sentimos que fomos superiores a eles. Acreditamos que era possivel e conseguimos. Queria dar os parabéns à minha equipa e ao capitão pelo excelente Campeonato da Europa. Obrigado a todos os que sempre estiveram connosco. O Mundial espera-nos!”
No final, Gonçalo Neves revelou todo o seu orgulho na equipa que acompanhou ao longo das últimas semanas: “Sinto-me muito orgulhoso pela forma como unidos conseguimos ultrapassar todos os obstáculos ao longo destes dias. Fomos realmente fortes como equipa.” O técnico português aproveitou ainda para deixar uma mensagem de apreço a todos aqueles que lhes transmitiram, das mais diversas formas, energia positiva: “Gostava também de agradecer e dar os parabéns por todo o apoio e trabalho que desenvolvem com eles, aos clubes, treinadores e pais de cada atleta, pois têm sido incansáveis todos os dias. Por ultimo agradecer ao Manuel Costa Matos pois também faz claramente parte deste resultado.”
