Andy Murray ou Stanislas Wawrinka. Apenas um deles podia seguir em frente no embate desta quinta-feira em pleno Artur Ashe Stadium e foi o tenista suíço quem acabou por levar a melhor, conseguindo um dos resultados mais surpreendentes do ano ao derrotar o campeão em título e apurar-se pela primeira vez na sua carreira para as meias-finais de um torneio do Grand Slam. Momentos depois, os atletas deslocaram-se à sala de conferências para prestar declarações. Confira, de seguida, algumas das frases ditas pelo britânico e pelo suíço:
Andy Murray
- Foi um dia muito difícil. O que é que aconteceu? “Eu acho que ele jogou muito bem. A parte mais importante do encontro foi a 5-4 do primeiro set, quando eu tive oportunidade de fechar o jogo. Fiz alguns erros mas o principal problema foi eu não ter criado oportunidades para quebrar o serviço dele, que estava a ser muito bom. O Stanislas [Wawrinka] procurou muito as linhas, conseguiu pancadas muito boas, estava a jogar muito bem.”
- Não tem parecido muito confortável durante todo o torneio. Sentiu que não foi capaz de encontrar o seu melhor ritmo e jogo? “Quando estão condições de jogo ventosas como as que tiveram, penso que toda a gente precisa de um pouco mais de tempo para se sentir confortável em campo, mas penso que não joguei mal. Cheguei aos quartos-de-final de um torneio do Grand Slam, o que não é fácil. Gostava de ter jogado melhor, tenho conseguido bons resultados nos últimos anos e foi pena ter tido este resultado mais fraco.”
- A táctica dele [Stanislas Wawrinka] surpreendeu-o? “Ele serviu e subiu a rede algumas vezes no início do encontro e em momentos importantes – a 30-30 e algumas vezes nas vantagens. Aparte disso, não, ele simplesmente bateu muito bem na bola pelo que foi difícil para mim liderar muitos pontos. Quando ele tinha o vento a seu favor serviu muito bem e conseguiu a primeira pancada do rally, pelo que eu tive de me defender muito afastado do court.”
- Os últimos doze meses foram mais exigentes a nível físico ou psicológico? “Tem sido desafiante das duas maneiras e por razões diferentes. Fisicamente eu joguei alguns jogos muito exigentes durante este período de tempo. Mentalmente também, foi muito desafiante jogar Wimbledon, os meus últimos jogos em Wimbledon foram muito complicados […].”
- É a primeira meia-final de um torneio do Grand Slam para o Stan. Tendo em conta a forma como ele jogou hoje, consegue vê-lo como um candidato a estes títulos a partir de agora? “Não sei. Eu sei o quão complicado eles [títulos] são de conquistar. Não sei dar uma resposta mas vão descobri-la nos próximos dias, penso eu.”
Stanislas Wawrinka
- Foi uma exibição muito impressionante para derrotar um campeão em título, terceiro pré-designado, e apurar-se para a sua primeira meia-final. Como se está a sentir neste momento? “Sinto-me muito bem, isso é certo. Estou muito feliz! É espantoso estar pela primeira vez na minha carreira na meia-final de um torneio do Grand Slam, especialmente depois de derrotar o Andy Murray, campeão em título. Ele também ganhou Wimbledon, é um grande campeão, e vencê-lo em três sets e da forma como o fiz é muito bom para mim.”
- De que aspecto do seu jogo está mais orgulhoso? “Da forma como lidei com a pressão. Normalmente eu fico um pouco nervoso e perco alguns jogos [‘games’, não ‘match’ – encontro] por causa disso , mas hoje estava muito concentrado. Estava muito vento, as condições não eram fáceis, mas a minha ideia era forçá-lo a ser mais ofensivo porque sei que ele pode ser um jogador muito defensivo.”
- Este é o seu momento, qual é a sensação de jogar ao nível que tem jogado, de ser do mesmo país que a lenda Roger Federer e mesmo assim este ser o seu momento? “Obrigado, obrigado (risos). É o meu momento e estou a aproveitá-lo muito, não é por ser do mesmo país que o Roger que não aproveito a minha carreira. Como disse, estou muito contente por ele existir porque ele ajudou-me muito no início.”
- Quando olha para a sua temporada, quão importante foi o jogo frente ao Djokovic na Austrália? “Eu digo muitas vezes que esse foi/é um dos pontos chave da temporada, sem dúvida. Foi um momento muito difícil mas, no fim, estava muito contente porque o meu nível ao longo de todo o torneio foi muito bom, melhor que nunca. Essa é a parte importante para mim.”
- Consegue seleccionar algum aspecto que esteja a trabalhar com o Magnus Norman [treinador] que possa explicar este novo patamar a que chegou? “Temos vindo a fazer um grande trabalho. Ele é um bom treinador, pelos vistos um muito bom (risos). Estou muito contente com o nosso trabalho. Começámos em abril e penso que já conseguimos alcançar alguns resultados muito bons juntos. Ele conhece o ténis muito bem, foi um bom jogador e já era um grande treinador. É tudo muito simples e perfeito para mim.”
- Décimo jogo do primeiro set [5-4 a seu favor], um grande momento. O mais importante do encontro, na sua opinião? “Sim, sem dúvida. O primeiro set foi algo estranho, não penso que tenhamos jogado assim tão bem. Estávamos a hesitar muito em relação à resposta e quebrá-lo para vencer o parcial foi muito, muito importante para mim, especialmente a nível mental, para me sentir mais descansado. Depois comecei a ser muito mais agressivo.”