Depois de uma longa passagem pelo Portugal Open, onde acompanhou o seu pupilo, João Sousa, até às meias-finais de pares, Frederico Marques fala-nos da experiência dos dois nos quadros principais dos ATP Masters 1000 de Madrid e Roma, para os quais o tenista vimaranense teve garantido acesso pela primeira vez na sua carreira. Não perca, em mais um exclusivo Ténis Portugal, o relato do técnico português às duas semanas passadas em dois dos torneios mais importantes da época de terra batida:
Mutua Madrid Open
A semana de Madrid começou da melhor maneira, com muito boas sensações nos primeiros treinos e uma adaptação feita da melhor forma possível visto que o João chegou às meias-finais de pares em Portugal e só chegámos a Madrid no sábado de madrugada [horas após o encontro].
Em Madrid existe alguma altitude e, nestes casos, a bola é muito mais rápida, voa mais, e sendo assim torna-se mais difícil de controlar; mesmo assim, o João adaptou-se de maneira muito rápida e as sensações eram bem melhores do que em Portugal. Nos dias prévios ao encontro de singulares treinou com o Stepanek e, antes do encontro, aqueceu com o Nishikori.
O encontro correu da pior maneira possível: as condições estavam muito rápidas, algo para o qual já estávamos avisados e preparados, mas o adversário foi sem dúvida muito superior nessas circunstâncias – muito agressivo no princípio das jogadas, a servir muito bem e a responder de forma agressiva, não deixando que existissem largas trocas de bolas. O João não aceitou que isso pudesse acontecer e não esteve bem mentalmente. Por vezes há que aceitar que o adversário se adapta melhor as condições e tentar lutar com as armas que temos nesse dia.
Mesmo assim, tivemos momentos muito bons, como ir ao Bernabéu ver o jogo do Real Madrid contra o Valência e poder conhecer o Fábio Coentrão e o melhor jogador do mundo, o Cristiano Ronaldo. Já na Caja Mágica também conhecemos o Tiago [jogador do Atlético de Madrid]. Para dizer a verdade, todas as semanas são incríveis. O João é uma excelente pessoa e amigo e tenho muito orgulho de fazer parte da sua equipa, passamos momentos únicos pelo mundo fora, sou um privilegiado.
Internazionali BNL D’Italia
Quanto aos dias passados em Roma, foram algo mais positivos – os treinos correram de forma diferente, a mentalidade já era a correcta e quando assim é o nível aumenta e a tranquilidade aparece.
Fizemos treinos de preparação com o argentino Federico Del Bonis e o checo Lukas Rosol, treinos de grande nível, sendo que no dia do jogo aquecemos com o Andrey Golubev e sentia o João a voltar algumas semanas depois a ser muito mais competitivo, já podendo analisar a parte táctica do encontro.
O jogo acabou por não cair para o lado dele, mas este começa a ser o caminho para os bons resultados e assim será uma questão de tempo.