Roger Federer de gala faz o que nunca tinha feito frente a Rafael Nadal e é campeão em Xangai

Laver Cup

Há finais e finais, rivalidades e rivalidades. E aquela que os 15.000 espetadores testemunharam este domingo em Xangai é uma das que dificilmente se esquece: frente a frente, estiveram Roger Federer e Rafael Nadal, dois dos melhores jogadores de todos os tempos e indiscutivelmente os dois melhores da temporada. No final, foi o suíço quem saiu a sorrir (pela 4.ª vez este ano) ao vencer por 6-4 e 6-3 para ficar com o título — o sexto em 2017.

Depois de Melbourne, Indian Wells e Miami, o suíço, de 36 anos, e o espanhol, de 31, volaram a ter os caminhos cruzados e, pela terceira vez em 2017, numa grande final. Quanto ao favoritismo, dividia-se e não era particularmente fácil de apontar: se Nadal chegava à final como líder isolado do ranking, com 16 vitórias consecutivas e a uma só de praticamente garantir o número 1 no final do ano, Federer tinha como motivação as três vitórias em três encontros frente ao seu adversário na presente temporada.

E porque se trata de mais uma edição da rivalidade “Fedal” — a 38.ª, na verdade — a ansiedade era muita, o que significa que que todos os detalhes contavam para mais um tweet, um palpite ou um comentário pelas redes sociais fora. Não foi por isso de estranhar que o joelho direito enfaixado com que Rafael Nadal se apresentou no túnel de acesso ao court tenha ganho rapidamente algum protagonismo, ainda mais acentuado quando o líder do ranking começou a aparentar sentir algumas dificuldades no momento do serviço.

Do outro lado, e em sentido contrário, Roger Federer parecia mais fresco do que nunca. À semelhança do que aconteceu no Australian Open, em Wimbledon ou num dos outros encontros frente ao maiorquino este ano, o suíço movimentou-se em campo como se de uma pena se tratasse.

E à movimentação impecável juntou-se rapidamente um jogo muito agressivo, que procurou desde cedo criar sérias dificuldades a Nadal com pancadas muito profundas e várias mudanças de direção. A estratégia funcionou de tal forma que o primeiro jogo, no serviço do espanhol, caiu para o lado de Federer, que ganhava uma vantagem que não mais deixaria de ter. Sempre muito sólido no capítulo do serviço (venceu 15 dos 18 pontos disputados no primeiro ‘saque’ e 5 de 6 no segundo), o helvético continuou o ‘desfile’ e fechou o parcial inaugural em 35 minutos.

Sem conseguir encontrar soluções para inverter a situação, Rafael Nadal viu-se depressa envolvido numa espiral de investidas ofensivas da qual não conseguiu sair. E, estando cada vez mais lento, viu-se cada vez mais vulnerável, pelo que foi sem surpresas que, ao quinto jogo do segundo set, Roger Federer conseguiu quebrar o seu serviço, ganhando a vantagem necessária para gerir o encontro até ao momento decisivo.

E esse momento decisivo significa uma quinta vitória consecutiva do helvético frente ao maiorquino, algo que até aos dias de hoje não se tinha verificado. Dessas 5, 4 aconteceram nos já referidos 4 encontros desta época e são números que colocam o registo da rivalidade em 23-15 favorável a Nadal, que não derrota Federer desde janeiro de 2014.

Um #FEDALXXXVIII que valia muito para o ranking

Para além de todo o significado que tem por si só, o capítulo 38 da rivalidade entre Roger Federer e Rafael Nadal era de grande importância para as contas do ranking mundial ATP, onde o suíço e o espanhol são, neste momento, respetivamente segundo e primeiro classificados.

Porque naquela que passou, há já vários meses, a ser uma luta a dois, o espanhol praticamente garantia o fim do ano como líder da tabela classificativa caso fizesse o que nunca conseguiu até hoje — vencer o título em Xangai. Assim, com o troféu de campeão a ser entregue a Federer, a diferença entre os dois no ranking passa de possíveis 2.700 pontos para ‘apenas’ 1.960 pontos. Um número ainda bastante considerável, sim, mas mais realista tendo em conta que ainda há por disputar um ATP 500 (vão os dois a Basileia), um ATP Masters 1000 (seguem depois para Paris) e o ATP Finals, que atribui 1.500 pontos ao campeão.

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