David Ferrer: “Coincidiram na mesma Era jogadores que seriam claros líderes em qualquer outra”

Fotografia: ATP World Tour

Por estes dias a disputar o Challenger de Monterrey, no qual disputa o acesso aos quartos de final na próxima madrugada, David Ferrer concedeu uma entrevista ao Cancha El Norte na qual abordou diversos temas, desde a reforma da Taça Davis até ao incidente protagonizado por Serena Williams e Carlos Ramos e, claro, o debate sobre o melhor jogador de todos os tempos.

O veterano tenista espanhol de 36 anos, que irá pendurar as raquetes no decurso da próxima temporada por problemas físicos recorrentes sentidos no Tendão de Aquiles, começou por dar a sua opinião em relação à polémica ocorrida no US Open e que teve a mais nova das irmãs Williams e o conceituado árbitro português no ‘olho do furacão’. “Não há machismo no ténis. É um dos poucos desportos onde as mulheres cobram o mesmo que nós, homens, e isso é muito bom. O que aconteceu com Serena foi pura demagogia, o regulamento é o que é e não tem nada a ver com machismo”, apontou.

Ferrer prossegue o seu raciocínio com um argumento bastante ilustrativo do que fala, aludindo ao facto de que “se pode constatar que “os homens têm recebido mais multas do que as mulheres nos últimos torneios, e não por sermos homens e elas mulheres, mas sim porque nos temos comportado pior dentro do court“, concluiu o antigo número três do ranking.

Sobre a maior competição por nações da modalidade, o campeão da edição de 2012 do Masters 1000 de Paris refere que compreende a reticência das pessoas mas que o melhor é mesmo dar tempo ao tempo. “É sempre complicada uma mudança drástica porque há muita gente relutante, mas vejo como algo positivo. O calendário é muito duro, havia imensas lesões e creio que concentrar tudo numa semana irá revalorizar esta competição. Com o passar dos anos tudo se irá ajustar e terá bastante êxito”, vincou.

Em relação ao debate que visa a comparação entre Eras, o atual 147.º classificado da hierarquia individual frisa que o atual momento do ténis mundial é ingrato para vários jogadores que poderiam ter dominado o jogo noutras alturas. “Juntaram-se numa mesma Era jogadores que seriam claros líderes em qualquer outra; isso impediu que os jovens despontassem de imediato, embora veja Alexander Zverev, Dominic Thiem e Stefanos Tsitsipas como muito bons jogadores. Em dois ou três anos o ténis irá mudar bastante”, vaticinou.

Por último, a eterna questão: quem é o melhor tenista de sempre? Para o atleta natural de Javea, a resposta é só uma. “Para mim, Roger Federer é o melhor da história e por pouco segue-se Rafael Nadal, ainda que seja difícil comparar a história com outras épocas, onde tudo era muito diferente. No entanto, de tudo o que vivi, devo dizer que Federer se aproxima da perfeição tenística”, finalizou.

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