Gastão Elias despede-se de 2020 com confiança: “Se não fosse o Pedro Sousa seria difícil pararem-me”

Beatriz Ruivo/FPT

A temporada de 2020 terminou esta quinta-feira para Gastão Elias, que foi afastado na segunda ronda do Maia Open pelo compatriota Pedro Sousa. Na despedida a um ano atípico, o português de 30 anos falou detalhadamente do duelo de amigos, fez comentários positivos ao crescendo que apresentou desde a retoma da competição e deixou boas indicações para o que se segue.

“Foi um 6-2 e 6-4 de 1h50, o que demonstra que o encontro foi equilibrado. No primeiro houve uma ou outra bola que fizeram a diferença e ele conseguiu fazer um break, mas no segundo a história foi diferente. Apesar de ele ter começado melhor, eu passei para a frente e a certa altura achei que já não me ia escapar. Mas ele jogou muito bem quando esteve 4-2 abaixo, fez zero erros não forçados e foi muito agressivo. Foi pena, porque acho que o encontro de hoje merecia pelo menos um terceiro set, considerou o ex-top 60 ATP, atualmente na 429.ª posição.

Na conferência de imprensa, Elias considerou que o duelo desta quinta-feira foi consideravelmente melhor do que o anterior, na primeira ronda do Lisboa Belém Open, há pouco mais de um mês. “Quem entende de ténis viu que este encontro foi muito mais equilibrado, diria que tive muito mais hipóteses hoje do que no CIF, onde jogámos três sets mas nunca me senti confortável ou com hipóteses de passar para a frente. Nesse encontro ele controlou sempre o encontro, enquanto aqui houve muito equilíbrio do início ao fim.”

Taticamente, o mais novo dos dois tenistas portugueses considerou que a pancada que fez a diferença foi a esquerda paralela de Pedro Sousa. “Foi a bola que saiu do padrão de jogo que estávamos a ter. Ele teve coragem e no final do segundo set também esteve muito bem no capítulo do amortie, fez três ou quatro que viraram totalmente o jogo. É difícil de dizer o que é que fez a diferença, porque foram coisas tão pequeninas que se torna difícil encontrar um porquê, mas acho que é isso que faz com que os nossos jogos sejam ‘enrolados’. Sabemos o potencial do outro jogador. Eu sei que a esquerda paralela do Pedro é uma das melhores bolas do circuito, por isso estava sempre na expetativa. Pensava ‘agora vem aí uma’, e não vinha, por isso ficava meio no contrapé, mas desenrasquei-me e aguentei bem na esquerda cruzada, o que era um dos meus objetivos para que ele não ganhasse vantagem e começasse a comandar o ponto com a direita. Estive bastante bem a esse nível, mas há sempre a expetativa de quando é que vem aquele canhão de esquerda que o Pedro tem.”

Apesar da derrota, Gastão Elias deixou o Maia Open satisfeito e, sobretudo, confiante em relação aos tempos que se seguem: “Fico muito satisfeito [com a semana]. Tenho plena noção de que sem ser o Pedro era difícil arranjar muitos jogadores que me conseguissem ganhar esta semana, estava a sentir-me bem. E quando digo isto digo-o de forma sincera, acredito que tenho um nível muito bom, estou a jogar bem, e a sentir-me bem fisicamente, por isso se não fosse o Pedro Sousa ia ser difícil alguém pararem-me esta semana.”

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