Paula Badosa já tinha avisado e no deserto californiano atingiu todo o seu potencial: cinco meses depois de ter definido como objetivo melhorar em hard courts, a tenista espanhola de 23 anos derrotou a ex-número um mundial Victoria Azarenka na melhor final do ano, por 7-6(5), 2-6 e 7-6(2), para se sagrar campeã do WTA 1000 de Indian Wells e conquistar o título mais importante da carreira.
A protagonizar o tão desejado ano de afirmação entre a elite do ténis mundial, a tenista espanhola foi mais corajosa nos momentos decisivos e isso permitiu-lhe sair por cima do encontro apesar de ter concretizado menos pontos de break (5-7), ter executado menos winners (44-48), cometido mais erros não forçados (50-42) e vencido menos pontos (124-133) do que Azarenka, que ficou a uma vitória de se tornar na primeira mulher da história a vencer por três vezes no “quinto Grand Slam” do calendário.
Quartofinalista em Roma e semifinalista em Madrid, Paula Badosa tinha deixado bem claro durante a época de terra batida — em que também derrotou a número um mundial, Ashleigh Barty — estar pronta para o estrelato a que estava destinada desde que venceu o torneio júnior de Roland-Garros, em 2015, mas foi nas superfícies mais rápidas (pelo menos em teoria, uma vez que o piso de Indian Wells foi bastante criticado ao longo de toda a semana) que teve o primeiro grande encontro com a glória.
Superada a depressão causada pelas enormes expetativas que colocaram em si através de comparações precoces com Maria Sharapova (com quem tem muitas parecenças físicas) e a compatriota Garbine Muguruza, Paula Badosa está finalmente a deixar a sua marca no circuito feminino e a tornar-se numa das melhores tenistas do planeta. Depois de começar a época na 70.ª posição e de atingir a sua melhor classificação (26.ª) no dia 23 de agosto, a espanhola nascida em Manhattan vai ocupar o 11.º posto na atualização de segunda-feira, dia em que também surgirá no oitavo lugar da corrida ao WTA Finals de Guadalajara, isto é, em posição de apuramento para o mais restrito dos eventos.
“Improvisado” em outubro depois de um ano e meio de cancelamentos e adiamentos, o torneio de Indian Wells termina na madrugada desta segunda-feira com a surpreendente final masculina entre Cameron Norrie — vice-campeão do Millennium Estoril Open que igualou o registo de seis finais em 2021 de Novak Djokovic — e Nikoloz Basilashvili.
Última atualização às 00h52.
