Isenção foi posta de parte: Governo ordenou deportação de Djokovic pelo risco de aumentar sentimento anti-vacinação

Alex Hawke, o ministro da Imigração australiano que ordenou o cancelamento do visto e deportação de Novak Djokovic por uma segunda vez, fê-lo por considerar que a presença do número um mundial na Austrália pode representar um risco para a população local ao encorajar a comunidade a rejeitar a vacinação, evitar a dose de reforço ou manter opiniões anti-vacinação.

A confirmação do fundamento da decisão vai de encontro ao que os advogados de Djokovic afirmaram na véspera e surgiu com a divulgação dos documentos completos que foram submetidos ao Tribunal Federal da Austrália antes da audiência decisiva, marcada para as 9h30 de domingo em Melbourne (22h30 de sábado em Lisboa).

Atendendo à urgência do assunto (o Australian Open começa na segunda-feira) e à especificidade médica necessária para interpretar e confirmar a verificidade dos documentos apresentados pela equipa legal do sérvio, Hawke partiu do princípio de que Djokovic teria razão — não lhe concedeu a razão, mas para “atalhar” assumiu esse cenário como o inicial — e deixou a questão da isenção médica para trás.

Descartada uma das questões mais controversas, o ministro da Imigração explicou que a sua decisão foi tomada por considerar que “a presença de Novak Djokovic na Austrália pode representar um risco para a saúde da comunidade australiana”, isto porque considerou Djokovic como “uma personalidade mediática que não está vacinado e que no passado já expressou publicamente opiniões anti-vacinação”.

Nesse sentido, Hawke afirmou que a permanência do sérvio no país “pode resultar num aumento do sentimento de anti-vacinação que encoraje pessoas a não serem vacinadas, a evitarem a dose de reforço e a aumentar a propagação do vírus e a pressão do sistema de saúde.”

Para além deste ponto de vista, o ministro da Imigração também disse que “o aparente desprezo pela necessidade de se isolar depois de receber um teste positivo à covid-19” pesou na decisão, uma referência clara à entrevista presencial que Djokovic deu ao L’Équipe em Belgrado já depois de ter recebido o teste positivo.

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