☕️ da manhã: um medicamento salva-tombo, uma grande surpresa e Djokovic ainda “presente”

Novak Djokovic já está a mais de 11.000 quilómetros da Austrália (o voo com destino ao Dubai aterrou durante a madrugada), mas o tenista sérvio continuou a dar que falar no primeiro dia do Australian Open, sendo tema de conversa (ou pelo menos de perguntas) das várias conferências de imprensa das maiores estrelas da jornada. Mas mais importante do que falar do que aconteceu fora do court é falar do que aconteceu dentro dele durante a primeira madrugada — e por isso está de volta o “Café da manhã”, o resumo do Raquetc para os que se esqueceram de tomar café, para os que o beberam mas não ficaram noite dentro e até para os que assistiram a tudo.

A primeira grande surpresa da 110.ª edição foi a eliminação relâmpago de Coco Gauff (16.ª WTA). A norte-americana, de 17 anos (é a mais nova do top 200 mundial), não conseguiu reunir argumentos para a chinesa Qiang Wang (110.ª), de 30 anos, e perdeu por 6-4 e 6-2 em apenas 75 minutos.

Impotente, a grande promessa do ténis feminino norte-americano não conseguiu estar à altura do desafio e caiu na primeira ronda de um torneio do Grand Slam pela primeira vez desde o US Open de 2020 e pela primeira vez na Austrália, onde há dois anos derrotou a campeã em título, Naomi Osaka, rumo à quarta ronda.

Mas o episódio mais mediático das primeiras horas do dia talvez tenha sido o que envolveu Matteo Berrettini. O italiano sofreu para derrotar Brandon Nakhashima (4-6, 6-2, 7-6[5] e 6-3 depois de 3h10), mas foi o que fez após carimbar a vitória que mais se destacou.

Sétimo classificado do ranking e com um quadro não aberto, mas certamente mais folgado pela frente depois da saída de Djokovic (é o único top 10 no seu quarto do quadro), o italiano pareceu estar em maus lençóis quando pediu a intervenção do fisioterapeuta ainda na primeira partida. Mas tudo se resolveu com a ajuda de fármaco… Para problemas intestinais, como o próprio fez questão de deixar claro logo após a vitória: “Imodium! Grazzie!”, escreveu na mensagem para a câmara.

Por esta altura, Elina Svitolina (6-1 e 7-6[4] sobre Fiona Ferro) e Belinda Bencic (6-4 e 6-3 frente a Kristina Mladenovic) já tinham assinado as primeiras vitórias do torneio feminino e para delírio do público da casa Aleksandar Vukic tornou-se no primeiro homem a eliminar um cabeça de série nesta edição.

Vindo de uma muito boa semana em Adelaide, onde só foi travado pelo futuro campeão Thanasi Kokkinakis depois de deixar pelo caminho Alexander Bublik e Steve Johnson, o número 144 mundial surpreendeu Lloyd Harris (33.º e 30.º cabeça de série) pelos parciais de 4-6, 6-3, 6-5 e 7-6(3) e levou o Show Court 3 à loucura.

Quem também surpreendeu foi o norte-americano Sebastian Korda (43.º), que em apenas 1h43 aplicou os autoritários parciais de 6-3, 6-0 e 6-4 a Cameron Norrie (12.º).

O britânico foi uma das grandes revelações de 2021 (chegou à final do Millennium Estoril Open e na reta final da temporada conquistou o Masters 1000 de Indian Wells), mas desiludiu nos últimos dois torneios do Grand Slam, com derrotas na primeira ronda quer em Nova Iorque, quer em Melbourne.

Já Rafael Nadal não se deixou surpreender e carimbou uma vitória autoritária — 6-1, 6-4 e 6-2 ao norte-americano Marcos Giron (66.º) — no regresso à Rod Laver Arena uma semana depois de ter conquistado um título, tal como o compatriota Carlos Alcaraz (31.º), que arrasou no arranque da primeira entrada direta no quadro principal do torneio e derrotou o chileno Alejandro Tabillo (135.º) por 6-2, 6-2 e 6-3.

Antes do maiorquino, a Rod Laver Arena também foi palco do regresso vitorioso de Naomi Osaka.

A campeã em título regressou revigorada ao maior palco do ténis australiano e não perdeu tempo a caminho da vitória (6-3 e 6-3) sobre a colombiana Camila Osorio (número 53 mundial), rubricada em 58 minutos. Se dúvidas houvesse sobre a sua disponibilidade para lutar pela terceira conquista da carreira no Australian Open, ficaram esclarecidas.

No rescaldo ao encontro, em conferência de imprensa, a japonesa atirou para o lado questões relacionadas com o assunto do momento, o caso Novak Djokovic: “Prefiro saltar este assunto, obrigado”, pediu aos jornalistas.

Nadal, por sua vez, voltou a revelar estar farto do assunto, mas deixou mais um comentário sobre a situação: “Há uma semana, quando ele ganhou a primeira audiência, eu disse que o tribunal tinha decidido. Ontem houve outra decisão e eu nunca vou ser contra o que é decidido pelo tribunal. Aquilo em que acredito é que o ideal no desporto é quando os melhores participam num torneio e se o Djokovic tivesse jogado seria melhor para toda a gente, mas neste momento não há nada mais que possa dizer mais porque a situação é bastante clara. Ele não foi o único a errar, mas é um dos responsáveis.”

Mais crítico da situação foi Dusan Lajovic, compatriota do número um mundial, que afirmou que “talvez nas redes sociais não tenha sido, mas nos balneários o apoio [a Djokovic] era grande” e lamentou a forma como o sérvio foi expulso do país.

Ainda sobre Djokovic, Miomic Kecmanovic, que seria o seu adversário na primeira ronda, dedicou-lhe a vitória (por 6-4, 6-2 e 6-1) sobre o lucky loser Salvatore Caruso.

Com o sol a nascer é tempo de virar as atenções para a sessão noturna — mais um “conflito” criado pela diferença horária entre Portugal e Austrália — e às boas-vindas que esperam a grande estrela da casa, Ashleigh Barty.

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