☕️ da manhã: 478 dias de jejum, uma batalha de bigodes e um renascimento entre a enchente francesa

Depois de testar positivo à covid-19 “pela 250.ª vez”, Benoit Paire tem finalmente razões para sorrir: o carismático (e controverso…) tenista francês precisou de esperar muito tempo para voltar a ser feliz em torneios do Grand Slam, mas quando o fez não conteve nos festejos. Pelo meio, João Sousa bateu-se a um bom nível contra Jannik Sinner, desenrolou-se uma batalha de bigodes, caiu a finalista do US Open e o primeiro top 10 do torneio masculino, sem entrar em court.

“Café da manhã” é o resumo do Raquetc sobre tudo o que aconteceu durante a madrugada em Melbourne Park. Para os que se esqueceram de tomar café, para os que o beberam mas não ficaram noite dentro e até para quem viu tudo — com um toque de boa disposição e aquilo que as aplicações de resultados não dizem.

Bem ao seu estilo, Paire sobreviveu a uma exibição de altos e baixos para deixar para trás o brasileiro Thiago Monteiro (que em setembro conquistou o Braga Open) com os parciais de 6-4, 3-6, 7-5, 2-6 e 7-5.

Depois de um annus horribilis, o número 56 mundial registou a primeira vitória em quadros principais de torneios do Grand Slam desde Roland-Garros 2020 — desde aí, passaram-se seis eventos “em branco”, ou 478 dias.

Praticamente ao mesmo tempo, o norte-americano Steve Johnson impôs-se ao local Jordan Thompson por 7-6(5), 6-7(6), 4-6, 6-3 e 6-3 num frente-a-frente que rapidamente foi apelidado de “batalha dos bigodes” nas redes sociais.

Brincadeiras à parte, a enchente francesa foi uma realidade: só no primeiro bloco de encontros (11 horas locais, meia-noite de Lisboa) foram a jogo seis tenistas gauleses, dois deles no mesmo court. E foi nesse duelo que Richard Gasquet “renasceu”, ao levar a melhor sobre o compatriota Ugo Humbert (por 3-6, 7-6[4], 7-6[3] e 6-3) para registar a primeira vitória desde 2018 no Australian Open, torneio que falhou nos últimos três anos.

De resto, o saldo não foi positivo para aquela que é uma das maiores potências do ténis a nível mundial: Clara Burel, Hugo Gaston, Oceane Dodin (e entretanto Caroline Garcia) ficaram pelo caminho, com Alizé Cornet a ser a exceção à regra.

Num arranque de jornada recheado de ação e acontecimentos dignos de assinalar, Casper Ruud tornou-se no primeiro top 10 a abandonar o torneio masculino e fê-lo antes de entrar em court: o jovem norueguês — uma das sensações de 2021 — torceu o tornozelo durante um dos treinos de preparação e não conseguiu recuperar a tempo. Regressará na gíria sul-americana, já no início de fevereiro.

Já o top 15 Diego Schwartzman venceu em três sets (6-3, 6-4 e 7-5 contra Filip Krajinovic), mas chegou a assustar pelas caibrãs que sentiu quando serviu para o encontro e perdeu o break de vantagem. Já no banco, à espera da entrada em campo do fisioterapeuta, gritou para a bancada que não conseguia mexer-se, mas tudo não passou de um susto e minutos depois já tinha na mão o bilhete para a segunda ronda. Foi a segunda vez que o argentino sofreu com este problema físico em Melbourne, onde em 2016 colapsou durante o encontro com John Millman e já não conseguiu voltar à ação.

No torneio feminino, se as favoritas Garbiñe Muguruza (6-3 e 6-4 a Burel), Simona Halep (6-4 e 6-3 frente a Magdalena Frech) e Iga Swiatek (6-3 e 6-0 sobre Harriet Dart) venceram, Leylah Fernandez ficou pelo caminho.

A mais recente vice-campeã do US Open continua sem conseguir dar continuidade à campanha em Nova Iorque e deixou-se surpreender pela wild card australiana Maddison Inglis (139.ª), que venceu pela primeira vez em quadros principais de torneios do Grand Slam.

Mais tarde, o sol já tinha nascido em Portugal quando Andy Murray rubricou a primeira vitória no Australian Open desde 2017. Frente-a-frente com Nikoloz Basilashvili pela segunda semana consecutiva, o britânico voltou a sair por cima após uma batalha pautada pelo equilíbrio, desta vez pelos parciais de 6-1, 3-6, 6-4, 6-7(5) e 6-4.

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