A desistência de Novak Djokovic do Australian Open forçada pela ausência de vacinação pode não ter sido a única amargura do sérvio nesta nova temporada e, caso as suas convicções persistam, arrisca-se a falhar grande parte do calendário. Quem o diz é Toni Nadal, que acredita que a única possibilidade do líder mundial evitar males maiores é ceder e aceitar a vacina contra a covid-19.
“Fiquei surpreendido ao ver a situação chegar a este ponto. Djokovic devia ter feito as coisas de outra forma. O inquestionável era que quem quisesse jogar o Australian Open tinha de estar vacinado ou ter uma isenção médica”, declarou o tio de Rafael Nadal à rádio espanhola Onda Cero.
O técnico espanhol lamentou que a polémica tenha atingido as proporções que tomou e acredita que as exceções deveriam ser mais claras: “Parto do princípio que a organização queria ter Djokovic e isso é normal, porque é um dos melhores da história. Mas não lhe deram a isenção e o debate de nos vacinarmos ou não acabou por transcender o mundo do desporto.”
Toni Nadal lembra ainda que o evento teria sido cancelado se todos tivessem seguido o caminho levado a cabo por Novak Djokovic: “Se te dizem que para jogar tens de seguir as regras, podes cumpri-las ou não. Mas se todos tivessem seguido as convicções de Djokovic de não se vacinar, não haveria Australian Open. Foi solicitado que os jogadores se vacinassem e os outros dois do top 100 que não o fizeram (Pierre-Hugues Herbert e Tennys Sandgren), não foram jogar.”
A única alternativa viável ao sérvio será reconsiderar a sua posição anti-vacinação para garantir o fim do alvoroço: “Todos podem ter os seus ideais, mas a certa altura é necessário repensá-los quando dizem que não há outra alternativa. Creio que fará algo, porque vai ter mais problemas se também não poder jogar Roland Garros. Não terá outro remédio que não seja repensar os seus princípios. Esperemos que a pandemia termine rapidamente e que Djokovic possa voltar.”
