A consistência foi sempre o calcanhar de aquiles de Jelena Ostapenko, considerada uma das tenistas mais talentosas da geração, mas esta semana a letã está a fazer questão para trás a maior fragilidade da carreira e no Dubai registou a quarta vitória consecutiva frente a uma campeã de torneios do Grand Slam para carimbar o apuramento para a final.
Depois de deixar pelo caminho Sofia Kenin (vencedora do Australian Open de 2020), Iga Swiatek (Roland-Garros 2020) e Petra Kvitova (Wimbledon 2011 e 2014), a número 21 mundial protagonizou uma recuperação para derrotar Simona Halep (Roland-Garros em 2018 e Wimbledon em 2019) por 2-6, 7-6(0) e 6-0 ao cabo de 1h40 de um encontro que se concluiu com um terceiro parcial em forma de “pneu” e resolvido em apenas 20 minutos.
O encontro desta sexta-feira foi uma reedição do duelo mais importante da carreira de Ostapenko, que lhe valeu a conquista de Roland-Garros em 2017, mas Halep tinha ganho o segundo (e último) frente-a-frente entre ambas, ainda nesse ano.
Sempre muito ofensiva, Ostapenko sofreu com a sua própria estratégia no arranque da partida: só no primeiro parcial cometeu 20 erros não forçados (contra nove winners) que ajudaram Halep a ganhar vantagem em 27 minutos, mas uma redução cirúrgica da agressividade permitiu à letã colocar pressão no lado da romena, que sentiu o momento.
A partir do tie-break da segunda partida o duelo virou por completo, com a tenista da Letónia a partir para a cambalhota total com um aglomerado de winners contrastantes com a queda de rendimento a pique da adversária, ex-número um mundial.
A final deste sábado, no Dubai, será a 11.ª da carreira para Jelena Ostapenko e a sexta em torneios da categoria WTA 500 ou superiores. A derradeira adversária Veronika Kudermetova (31.ª), chegou mais fresca ao encontro decisivo, dado que beneficiou do abandono da qualifier Marketa Vondrousova ainda antes do arranque do encontro, devido a uma lesão no adutor.
A russa vai disputar a quarta final da carreira e segunda da época: foi finalista em Abu Dhabi 2021, campeã em Charleston 2021 e vice-campeã já este ano num dos WTA 250 de Melbourne, antes do Australian Open.
