A falta de oportunidades de competição devido à decisão de não ser vacinado contra a covid-19 continua a ser bem evidente na forma de Novak Djokovic, mas o sérvio encontrou forma de regressar ao “seu” ATP 250 de Belgrado com um triunfo, para o qual contribuiu o nervosismo do compatriota Laslo Djere nos momentos decisivos.
A disputar apenas o quinto encontro do ano e o segundo em terra batida, o número um mundial ficou muito perto de viver um desfecho semelhante ao ATP Masters 1000 de Monte-Carlo, do qual se despediu na segunda ronda (também com um bye na primeira eliminatória por ser cabeça de série). Mas após 3h20, e com uma cambalhota no marcador, conseguiu sorrir graças aos parciais de 2-6, 7-6(6) e 7-6(4) para chegar aos quartos de final.
Sem os timings, a confiança e sobretudo a aura de invencível de outrora, o Djokovic que esta quarta-feira se exibiu no court central do Serbia Open — erguido no seu Novak Tennis Centre — foi meramente uma sombra daquele que há sensivelmente um ano se despediu da capital sérvia com o troféu de campeão na bagagem.
E de tal forma passou ao lado do primeiro set e meio do duelo (na primeira partida sofreu duas quebras de serviço e enfrentou pontos de break em todos os jogos) que esteve próximo da despedida. No entanto, o nervosismo traiu a pancada de direita de Djere em dois momentos fundamentais — e escancarados: primeiro quando serviu a 5-2, 4-3 com 40-15, depois quando liderou por 4-3 com um mini-break no tie-break decisivo.
Com uma terceira vida, Djokovic não largou a oportunidade e demonstrou ao compatriota como se fecha um encontro desta importância ao amealhar quatro pontos consecutivos para selar a vitória, a primeira do ano no pó de tijolo e que lhe deu bilhete para mais uma batalha totalmente sérvia: segue-se Miomir Kecmanovic, um dos tenistas em melhor forma nesta primeira parte da época de 2022. Quanto a Laslo Djere, dificilmente conseguirá esquecer os dois erros crassos que desempenharam o papel fundamental no maior desperdício da carreira.
